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    Política dos EUA em relação à Ucrânia foi acordada há muito tempo entre partidos, diz especialista

    Berletic afirma que o planejamento geopolítico que levou à guerra entre Rússia e Ucrânia remonta ao período da administração do presidente George W. Bush

    Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, durante discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, EUA 25/09/2024 REUTERS/Mike Segar (Foto: REUTERS/Mike Segar)

    247 - Segundo o ex-fuzileiro naval e analista geopolítico Brian Berletic, as políticas do Partido Democrata e do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à Ucrânia não apenas coincidem, mas seguem uma agenda de longa data coordenada entre as elites políticas norte-americanas. A declaração foi dada no canal de Berletic, The New Atlas, e repercutida pela Sputnik Brasil. De acordo com o analista, o conflito atual na Ucrânia foi cuidadosamente articulado ao longo dos anos, muito antes da chegada ao poder do atual presidente Joe Biden e sua equipe democrata.

    Berletic afirma que o planejamento geopolítico que levou à guerra entre Rússia e Ucrânia remonta ao período da administração do presidente George W. Bush (2001-2009). Ele descreve uma agenda estratégica contínua, que teria como objetivo "capturar politicamente a Ucrânia e colocá-la contra a Rússia", um esforço que culminou na escalada de tensões e na eclosão do conflito armado no país do Leste Europeu. “Essa foi uma agenda contínua e combinada para capturar politicamente a Ucrânia e colocá-la contra a Rússia, que culminou nessa guerra destrutiva”, declarou Berletic, refletindo sobre o cenário complexo e de longa data que envolve a questão.

    Para Berletic, o novo governo Trump deve continuar essa política, ainda que sob uma abordagem retórica diferente. Durante seu primeiro mandato, Trump teria criado “as condições perfeitas para um futuro conflito”, como ele sugere, mas agora a narrativa será adaptada para preparar a população norte-americana para outros desdobramentos internacionais. "Eles esperam que você engula isso e acredite no governo Trump, achando que isso é um sinal de uma mudança maior que está por vir", comentou o analista. Entretanto, ele alerta que a nova gestão, ao invés de encerrar a política de confronto com a Rússia, deverá redirecionar suas atenções para novas áreas de tensão, como o Oriente Médio e a região da Ásia-Pacífico.

    A declaração do analista coincide com uma recente manifestação do chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, que afirmou que pedirá aos países da UE a manutenção do apoio à Ucrânia após a eleição de Trump, evidenciando que o cenário de tensão e apoio ao país ucraniano permanece uma prioridade para as potências ocidentais, apesar de eventuais mudanças na abordagem dos EUA.

    Para Berletic, o verdadeiro foco da política externa norte-americana, com a ascensão de Trump, será mais amplo e potencialmente mais ambicioso. A análise sugere que as elites políticas dos Estados Unidos continuarão a buscar hegemonia global, mudando o campo de batalha e apostando em novas frentes geopolíticas para manter a influência norte-americana, especialmente nas regiões mencionadas.

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