“O mundo caminha para o caos", diz José Arbex
Em entrevista ao Forças do Brasil, analista abordou as consequências da vitória de Trump
247 – Neste sábado, 9 de novembro, o renomado jornalista e analista geopolítico José Arbex Júnior participou de uma edição especial do programa Forças do Brasil, transmitido pela TV 247, onde abordou as implicações da recente vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Em um diálogo esclarecedor com Mário Vitor Santos, Arbex ofereceu uma análise detalhada sobre o impacto dessa reviravolta política, tanto para os EUA quanto para o cenário internacional.
“Estamos indo rumo ao caos”, afirmou Arbex ao ser questionado sobre o título de sua análise. O jornalista destacou que, desta vez, a vitória de Trump não representou o triunfo do Partido Republicano, mas sim do próprio ex-presidente e de seu movimento personalista. “Trump agradece a ele mesmo, à base eleitoral, ao Elon Musk, mas não ao Partido Republicano. Quem ganhou foi o Trump, não os republicanos”, enfatizou Arbex, ressaltando o afastamento entre o magnata e a estrutura tradicional do partido.
Instabilidade nas instituições e riscos futuros
Um dos pontos mais alarmantes destacados por Arbex foi o risco de instabilidade nas instituições americanas. Ele mencionou relatos sobre discussões internas no Pentágono sobre como lidar com ordens que possam desafiar a legalidade institucional durante o próximo mandato de Trump. “Os generais já estão se perguntando o que farão caso Trump emita ordens inconstitucionais. Isso era impensável até pouco tempo atrás”, observou.
Arbex também ressaltou que a recente campanha de Trump foi marcada por promessas polêmicas e potencialmente impraticáveis, como a deportação de 11 milhões de imigrantes ilegais e a criação de empregos em massa. “Trump vai ter que cumprir suas promessas, mas a capacidade de concretizá-las é praticamente nula”, alertou. Ele comparou a situação a um império em decadência, destacando que “nenhum império hegemônico cede graciosamente”.
Impacto na geopolítica global
O analista apontou que a vitória de Trump não só significa um avanço da extrema-direita, mas também uma ameaça à estabilidade global. “O mundo já está em um estágio de caos, e a vitória de Trump só agrava essa situação”, afirmou Arbex. Ele lembrou que os EUA enfrentam derrotas estratégicas em frentes como a Ucrânia e o Oriente Médio, com Israel enfrentando uma crise interna sem precedentes após os conflitos em Gaza.
A ascensão de Trump pode, segundo Arbex, levar a um redirecionamento das tensões dos EUA em direção à China, aumentando o risco de confrontos bélicos. “Trump tem a China como alvo principal e já demonstrou ser obcecado com a ideia de que a China está roubando empregos e hegemonia econômica dos EUA”, explicou.
O Brasil no contexto global
Ao final da entrevista, Arbex destacou a importância do Brasil na nova configuração mundial, especialmente no contexto dos BRICS. “O governo Lula terá um papel crucial a partir de 2025, quando o Brasil assumir a presidência do bloco. Se conseguir criar uma base sólida de diálogo com os trabalhadores e articular uma política externa alinhada aos interesses dos BRICS, o Brasil poderá enfrentar as pressões do imperialismo”, concluiu o jornalista, deixando um alerta: a resposta do Brasil à nova era Trump dependerá da capacidade do governo em fortalecer sua base social e adotar políticas que atendam às necessidades da população. Assista:
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