Trump pode pressionar Kiev a aceitar perda de territórios, diz ex-comandante da Otan
James Stavridis acredita que presidente eleito dos EUA buscará negociações que consolidem controle russo
247 – O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, pode adotar uma postura que leve Kiev a renunciar às reivindicações sobre regiões que já se tornaram parte da Rússia, afirmou James Stavridis, ex-comandante supremo aliado da Otan na Europa e almirante aposentado da Marinha dos EUA. A declaração foi dada em entrevista à CNN, onde Stavridis detalhou suas previsões sobre a política externa do futuro governo Trump em relação ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
“Eu acho que ele vai pressionar ambos os lados para chegarem à mesa de negociações”, afirmou Stavridis, sugerindo que Trump pode adotar uma abordagem pragmática para encerrar a guerra em curso. Segundo ele, a Rússia “acabará” mantendo o controle dos territórios sob sua influência, consolidando as conquistas territoriais, segundo reporta a agência Tass.
Apesar dessa concessão, Stavridis ressaltou que essa situação abriria um caminho para a adesão da Ucrânia à Otan, um movimento que, segundo ele, poderia ocorrer em um prazo de três a cinco anos. “Isso não é o pior desfecho do mundo, e acredito que é assim que provavelmente termina”, disse o almirante aposentado, apontando que essa seria uma resolução que equilibraria os interesses regionais e a estabilidade a longo prazo.
A potencial pressão de Trump para que a Ucrânia aceite a perda de territórios representa uma mudança significativa na abordagem dos EUA em relação ao conflito, que até agora tem sido marcado por um forte apoio a Kiev, incluindo ajuda militar e sanções econômicas contra a Rússia. A análise de Stavridis reflete uma visão de que a política externa de Trump pode buscar um equilíbrio mais realista, com foco na diplomacia e na minimização de riscos de uma escalada do conflito.
Essa estratégia, no entanto, pode gerar reações mistas tanto dentro dos Estados Unidos quanto entre aliados europeus e líderes ucranianos. Por um lado, a possibilidade de um acordo de paz pode ser vista como um alívio para a tensão crescente na região. Por outro, a aceitação de concessões territoriais à Rússia pode ser considerada uma vitória geopolítica de Moscou e um revés para a integridade territorial da Ucrânia.
O cenário descrito por Stavridis também levanta questões sobre o futuro da aliança ocidental e a posição dos EUA como líder na resolução de conflitos internacionais. A possível admissão da Ucrânia na Otan, em troca de concessões territoriais, seria um desenvolvimento histórico com implicações de longo alcance para a segurança europeia e a dinâmica das relações entre o Ocidente e a Rússia.
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