Putin vê risco maior de Terceira Guerra Mundial, mas diz que não é momento para pânico
Conferência anual destaca fortalecimento econômico russo e alianças estratégicas com China e Índia
247 – Nesta quinta-feira (19), conforme reportado pela Sputnik Brasil, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, realizou sua conferência anual "Linha Direta", onde respondeu a perguntas de cidadãos russos e jornalistas nacionais e estrangeiros. Durante a coletiva, Putin abordou temas sensíveis como a operação especial na Ucrânia, a economia russa, as relações com a China e o desenvolvimento do sistema de mísseis Oreshnik.
Putin afirmou que "não existem sistemas de defesa aérea que atinjam o Oreshnik" e desafiou o Ocidente a testar a eficácia do novo sistema: "Deixe-os identificar algum alvo em Kiev, concentrar todas as suas forças de defesa aérea e de mísseis lá, e nós atacaremos lá com o Oreshnik e veremos o que acontece." Essas declarações ressaltam a postura assertiva da Rússia no cenário militar global e indicam um aumento das tensões que, segundo o presidente, elevam o risco de uma Terceira Guerra Mundial, embora ele assegure que "não é preciso assustar as pessoas."
No tocante à economia, Putin destacou que a Rússia superou a Alemanha e o Japão, tornando-se a quarta maior economia do mundo. Ele atribuiu esse crescimento à reorientação econômica para o leste, fortalecendo parcerias com China, países da Ásia Central e Índia. "O ritmo de crescimento é o maior da Europa," afirmou o presidente. Giovana Branco, doutoranda em ciência política na USP, comentou que "as sanções que foram aplicadas à Rússia desde o início do conflito com a Ucrânia foram sem precedentes. A exclusão da Rússia do sistema SWIFT, por exemplo, foi algo que a gente nunca tinha visto." Contudo, ela acrescentou que "a economia russa já estava preparada para esse momento e que não está isolada, embora essa seja uma narrativa bastante presente."
Putin também enfatizou a estreita relação com a China, descrevendo a amizade sino-russa como "no seu maior nível histórico." Segundo ele, ambos os países coordenam suas ações na arena internacional, buscando "não apenas seguir as regras liberais dos sistemas ocidentais, mas também propor novas ordens internacionais." Nathana Garcez, doutoranda em relações internacionais, acrescentou que "o potencial de impacto das relações sino-russas é sem precedentes, uma vez que remodela a geopolítica mundial."
Além disso, Putin elogiou o sistema de mísseis Oreshnik, desenvolvido com tecnologia pós-soviética, e afirmou que tanto o Exército russo quanto o complexo industrial-militar possuem "a maior prontidão de combate do mundo." Ele criticou os países da OTAN, alegando que "encontram dificuldades de fornecer armamentos e munições à Ucrânia."
As análises de especialistas indicam que as declarações de Putin aumentam a pressão sobre as potências ocidentais em um contexto de ganhos territoriais russos em Donbass e de contínuos pacotes de ajuda militar à Ucrânia por parte da OTAN. Giovana Branco observou que "a partir do momento que a Rússia utiliza esse sistema, ela mostra ao sistema internacional que ela não só detém esses armamentos, como está disposta a utilizá-los."
Apesar das crescentes tensões que sugerem uma possível escalada para uma Terceira Guerra Mundial, Putin minimizou a necessidade de alarmar a população, assegurando que "não é preciso assustar as pessoas." A conferência de Putin sublinha a determinação da Rússia em manter sua independência geopolítica, fortalecer alianças estratégicas e demonstrar capacidade militar avançada, refletindo uma postura firme diante das sanções e pressões ocidentais.
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