Quatro em cada cinco norte-americanos temem que país esteja rumando para o caos, mostra pesquisa Reuters/Ipsos
A pesquisa de dois dias mostrou que o candidato republicano à Presidência Trump abriu uma pequena vantagem entre os eleitores registrados
WASHINGTON (Reuters) - Os norte-americanos temem que seu país esteja saindo de controle depois da tentativa de assassinato contra Donald Trump, com preocupações crescentes que a eleição de 5 de novembro possa motivar violência política, de acordo com uma pesquisa da Reuters/Ipsos encerrada nesta terça.
A pesquisa de dois dias mostrou que o candidato republicano à Presidência Trump abriu uma pequena vantagem entre os eleitores registrados -- 43% a 41% -- sobre o presidente democrata Joe Biden, uma diferença que está dentro da margem de erro de 3 pontos percentuais. Isso sugere que a tentativa de assassinato contra Trump não causou uma grande mudança no sentimento do eleitor.
Cerca de 80% dos eleitores, incluindo parcelas similares entre democratas e republicanos, concordam com a frase que "o país está saindo de controle”. A pesquisa, online, entrevistou 1.202 adultos em todo o país, incluindo 992 eleitores registrados.
Trump evitou a morte por pouco no sábado quando um tiro atingiu a sua orelha direita enquanto falava em um comício na Pensilvânia. Com sangue no rosto, ele levantou o seu punho no ar desafiadoramente e disse “lutar, lutar, lutar”, enquanto era levado para fora do palanque. Um espectador foi morto e dois outros tiveram ferimentos sérios.
A tentativa de assassinato relembrou períodos políticos turbulentos como os anos 1960, quando o presidente democrata John F. Kennedy foi assassinado em 1963, seguido pelo assassinato de seu irmão e candidato democrata à Presidência nas primárias de 1968, Robert F. Kennedy.
Ao todo, 84% dos eleitores na pesquisa disseram que estão preocupados que extremistas vão cometer atos de violência depois da eleição, um aumento perante a pesquisa Reuters/Ipsos de maio que mostrou 74% preocupados com esse cenário.
Temores relacionados com violência política se tornaram mais proeminentes nos Estados Unidos depois que milhares de apoiadores de Trump atacaram o Capitólio dos EUA no dia 6 de janeiro de 2021, em uma tentativa de reverter a derrota de Trump nas urnas para Biden. Quatro pessoas morreram no dia do ataque e um policial que enfrentou os manifestantes morreu no dia seguinte.
Enquanto os norte-americanos afirmam temer a violência, poucos a toleram. Apenas 5% dos entrevistados disseram que é aceitável que alguém do seu partido político cometa violência para conseguir um objetivo político, uma queda perante aos 12% da pesquisa Reuters/Ipsos de junho de 2023.
A tentativa de assassinato contra Trump dominou as manchetes da imprensa e alimentou discussões entre alguns de seus apoiadores conservadores cristãos que ele é protegido por Deus.
Na pesquisa Reuters/Ipsos, 65% dos republicanos registrados para votar disseram que Trump era "favorecido pela divina providência ou pela vontade de Deus". Onze porcento dos democratas concordavam.
Os Estados Unidos contrastam com as nações ricas do planeta por sua adesão à religião, com os cristão evangélicos alinhados com o Partido Republicano nas últimas décadas. Ao todo, 77% dos norte-americanos entrevistados em 2022 disseram acreditar em Deus, comparado com 56% dos canadenses e 39% dos britânicos, de acordo com pesquisa da Gallup International Association.
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