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    Ruralistas elegeram Trump, mas agro do Brasil é quem lucrará com boicote dos EUA à China, dizem entidades

    Entidades do setor agrícola americano alertam que guerra comercial pode prejudicar agricultores estadunidenses

    Donald Trump, dos Estados Unidos, e Xi Jiping, da China (Foto: REUTERS / KEVIN LAMARQUE)
    Guilherme Paladino avatar
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    247 - Exportadores americanos alertam que uma eventual guerra comercial entre Donald Trump e a China pode beneficiar diretamente o agronegócio brasileiro. Trump, que reassume a presidência dos Estados Unidos em 20 de janeiro, planeja aumentar tarifas de importação contra vários países, incluindo aliados, e fala em elevação de até 60% nas barreiras comerciais contra a China.

    No entanto, entidades do setor agrícola americano, como a National Corn Growers Association e a American Soybean Association, alertam que tais medidas podem prejudicar agricultores dos EUA, conforme relatado em reportagem do jornalista Jamil Chade no portal UOL. Uma eventual tensão comercial entre os dois países levaria Pequim a ampliar a compra de soja e milho do Brasil, substituindo produtos americanos.

    Hoje, o Brasil é um dos principais exportadores mundiais desses produtos. Dados do Departamento de Agricultura dos EUA apontam que o país deve exportar mais de 153 milhões de toneladas de soja e milho entre 2024 e 2025. Apenas em 2024, a China importou 69 milhões de toneladas de soja brasileira, gerando quase US$ 30 bilhões em receita.

    Durante a visita de Xi Jinping ao Brasil em novembro, foram assinados 37 acordos bilaterais, seis deles diretamente relacionados ao Ministério da Agricultura e Pecuária, ampliando o acesso de produtos brasileiros ao mercado chinês. O potencial comercial desses acordos é estimado em US$ 500 milhões anuais, afetando setores antes dominados por produtos americanos.

    Estudos indicam que uma guerra comercial poderia aumentar as exportações brasileiras de soja e milho em até 8,9 milhões de toneladas anuais. Em contraste, os EUA poderiam sofrer uma queda significativa: tarifas chinesas de 60% sobre produtos agrícolas americanos poderiam resultar em uma perda de 25 milhões de toneladas métricas de exportações de soja e 90% das de milho.

    Historicamente, a China é o maior mercado de exportação para a soja americana. Durante o primeiro mandato de Trump, as vendas americanas para o país asiático despencaram em US$ 27 bilhões após o aumento de tarifas. Desde então, Pequim vem se preparando para um possível retorno do republicano ao poder, fortalecendo laços comerciais com o Brasil e investindo em sua própria produção.

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