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      Trump ameaça o Irã com "grande perigo" caso negociações fracassem

      Presidente dos EUA confirma conversas diretas com Teerã sobre programa nuclear e diz que o fracasso pode levar a um "dia muito ruim" para o país persa

      Bandeiras do Irã e dos EUA (Foto: Reuters)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (7) que os Estados Unidos realizarão “conversas de altíssimo nível” com o Irã no próximo sábado, com o objetivo de discutir o programa nuclear do país persa. A declaração foi feita ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca. As informações são da RT.

      “Estamos mantendo conversas diretas com o Irã, e elas começaram. Vai continuar no sábado. Temos uma reunião muito importante, e vamos ver o que pode acontecer”, declarou Trump. Ele acrescentou que prefere uma solução diplomática: “Acho que todos concordam que um acordo seria preferível a fazer o óbvio. E o óbvio não é algo com que eu queira me envolver – ou, francamente, com que Israel queira se envolver, se puder evitar”.

      Ainda que Washington afirme estar conduzindo negociações diretas, o governo iraniano contradisse essa versão. O chanceler Abbas Araqchi, em publicação na plataforma X, confirmou o encontro indireto no sábado em Omã, mas negou conversas diretas com representantes norte-americanos: “Irã e Estados Unidos se encontrarão em Omã no sábado para conversas indiretas de alto nível. É tanto uma oportunidade quanto um teste. A bola está com os Estados Unidos”.

      Pressões e ameaças

      Trump reforçou sua retórica beligerante ao ser questionado sobre os riscos do fracasso das negociações: “Acho que, se as conversas não forem bem-sucedidas com o Irã, o Irã estará em grande perigo – e odeio dizer isso, grande perigo – porque eles não podem ter uma arma nuclear. Se as conversas não forem bem-sucedidas, acho que será um dia muito ruim para o Irã”.

      Essa nova rodada de tensão marca mais um capítulo no conturbado histórico entre os dois países. Durante seu primeiro mandato, em 2018, Trump retirou unilateralmente os Estados Unidos do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), acordo firmado em 2015 com o objetivo de limitar o programa nuclear iraniano em troca da suspensão de sanções econômicas.

      Desde então, Teerã vem reduzindo gradualmente sua adesão aos termos do acordo, alegando que o programa nuclear é pacífico e está dentro dos marcos legais internacionais. O país também denunciou as pressões americanas como violações do direito internacional.

      Reações iranianas

      Na semana passada, em carta enviada ao Conselho de Segurança da ONU, o embaixador iraniano Amir Saeid Iravani classificou as ameaças de Trump como “violações flagrantes do direito internacional” e acusou os EUA de adotar uma postura “temerária e beligerante”.

      O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, também se pronunciou na segunda-feira, reforçando o compromisso de seu governo com a via diplomática: “Acreditamos em negociações, mas não de forma humilhante”.

      Cenário de incertezas

      Enquanto o governo de Trump aposta em uma estratégia de pressão máxima combinada com um aceno à diplomacia, o Irã mantém uma posição cautelosa, evitando contatos diretos e apostando em intermediação internacional. A reunião marcada para o próximo sábado em Omã será um teste decisivo para medir o grau de disposição de ambas as partes em buscar um novo acordo – ou caminhar rumo a uma escalada perigosa no Oriente Médio.

      A continuidade das tensões reacende o debate global sobre o papel dos Estados Unidos na estabilidade da região e o futuro do controle internacional de armas nucleares.

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