Trump tenta culpar Kamala por saída caótica do Afeganistão
"Isso mostrou para os nossos inimigos que somos incompetentes. Mostrou que temos um presidente incompetente, uma vice incompetente", falou
WASHINGTON (Reuters) - O candidato republicano à Presidência dos EUA, Donald Trump, usou o terceiro aniversário da saída norte-americana do Afeganistão para tentar colocar a culpa do caótico processo na sua rival democrata Kamala Harris.
Trump participou de uma cerimônia no cemitério nacional de Arlington para homenagear os 13 norte-americanos mortos na saída dos EUA e, então, atacou Kamala, a vice-presidente.
"Isso mostrou para os nossos inimigos que somos incompetentes. Mostrou que temos um presidente incompetente, uma vice incompetente", falou Trump em uma escala de campanha em um restaurante próximo.
Essa foi a mais recente tentativa da campanha de Trump para gerar dúvidas sobre a capacidade de Kamala de ser presidente na eleição de 5 de novembro e surge logo após ela ter declarado, semana passada, que está pronta para liderar as Forças Armadas.
As tropas dos EUA deixaram o país e retiraram autoridades, cidadãos e afegãos em risco de retribuição do Talibã em agosto de 2021, enquanto uma multidão de desesperados afegãos tentavam invadir o aeroporto de Kabul e homens se seguravam no trem de pouso das aeronaves que se preparavam para decolar.
Trump e seu companheiro de chapa, o senador JD Vance, também buscaram atacar o candidato a vice-presidente democrata, Tim Walz. Ter prestado serviço militar é tradicionalmente um ponto forte nas campanhas políticas nos EUA.
Há semanas os republicanos acusam Walz de exagerar o seu ranking na Guarda Nacional do Exército, na qual ele serviu por 24 anos. Walz se descreveu como sargento-mor de comando aposentado, uma das mais altas patentes não comissionadas no Exército.
Ainda que ele tenha atingido a patente, ele não atendia os critérios para se aposentar com o título.
A campanha de Kamala deletou a referência a patente no seu website.
Trump, de 78 anos, nunca prestou serviço militar. Ainda que ele tivesse idade para ser convocado durante a guerra do Vietnã, ele recebeu quatro adiamentos por estudos e um afastamento de saúde.
Vance serviu entre os Fuzileiros Navais por quatro anos como correspondente de guerra e foi enviado para o Iraque por cerca de sete meses. O seu cargo envolvia escrever sobre as atividades militares para o público e interagir com a imprensa.
Kamala disse para a CNN, em 2021, que estava na sala com Biden quando ele decidiu retirar as forças dos EUA do Afeganistão e encerrar a mais longa guerra do país. Ela também disse que estava confortável com a decisão de Biden, mas não está claro qual o papel que ela desempenhou na discussão.
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