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Trump X Kamala: entenda como funcionam as eleições nos EUA

Entenda o papel do Colégio Eleitoral, o peso das primárias e como um candidato pode vencer sem ter a maioria dos votos populares

Kamala Harris e Donald Trump (Foto: Reuters)

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247 - Diferentemente do Brasil, onde a escolha presidencial é decidida em dois turnos, as eleições presidenciais nos Estados Unidos envolvem apenas um turno, e a escolha final depende de um complexo sistema de votação indireta. De acordo com o g1, o presidente americano é eleito por um Colégio Eleitoral, formado por 538 delegados, e não pelo voto direto da população. Cada estado tem um número específico de delegados, definido conforme a população local e o número de representantes no Congresso, o que concede um peso variável a cada estado.

O Colégio Eleitoral americano é composto por 538 delegados, e para vencer, o candidato precisa conquistar 270 desses votos. Como a eleição é majoritária dentro de cada estado, o candidato que tiver a maioria dos votos em determinado estado leva todos os delegados, independentemente de quantos votos de diferença teve. Esse sistema pode levar a resultados curiosos: é possível que um candidato com menos votos populares vença a eleição, como aconteceu em 2016, quando Donald Trump derrotou Hillary Clinton apesar de ter quase 3 milhões de votos a menos em termos nacionais.

O peso das primárias e do caucus - Outro ponto singular do processo eleitoral americano são as etapas prévias das primárias e dos caucus. Esses eventos ocorrem nos meses anteriores à eleição e definem quem será o candidato de cada partido. Nas primárias, os eleitores votam de forma secreta, como ocorre nas eleições tradicionais, enquanto nos caucus o processo é público, com reuniões onde os participantes votam e discutem abertamente suas escolhas. Essas etapas determinam os candidatos que disputarão o pleito em novembro, criando um processo que, em muitos casos, fortalece lideranças regionais e engaja diferentes correntes dentro dos partidos.

Participação e flexibilidade no voto - Outro aspecto que diferencia as eleições nos Estados Unidos é a flexibilidade do voto, que pode ser realizado de diferentes formas. Dependendo do estado, os eleitores podem votar semanas antes do dia oficial, e em muitos casos, têm a opção de enviar seus votos pelo correio. Essa prática permite maior participação, embora o voto não seja obrigatório para os americanos. Nas eleições de 2020, por exemplo, aproximadamente 62,8% da população compareceu às urnas, com mais de 158 milhões de pessoas participando do pleito entre Joe Biden e Donald Trump.

As eleições presidenciais nos Estados Unidos revelam um sistema complexo, que reflete a estrutura federalista do país e concede peso importante aos estados na escolha do presidente. Esse modelo, distinto do que é visto no Brasil e em outras democracias, é repleto de peculiaridades que afetam a dinâmica das campanhas e os resultados finais, permitindo, em última análise, que a vitória de um candidato seja decidida mais pela estratégia do que pelo número absoluto de votos.

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