Unicef: proibição de agência de refugiados palestinos da ONU pode subir o número de mortes de crianças em Gaza
Uma lei aprovada pelo governo israelense levantou preocupações sobre sua capacidade de fornecer ajuda no território palestino
GENEBRA (Reuters) - A decisão de Israel de proibir a agência de ajuda humanitária da ONU, a UNRWA, pode resultar na morte de mais crianças e representar uma forma de punição coletiva para os habitantes de Gaza, caso seja totalmente implementada, disseram as agências da ONU na terça-feira (29).
Uma lei aprovada por Israel na segunda-feira (28) para proibir a agência de refugiados palestinos da ONU de operar dentro de Israel levantou preocupações sobre sua capacidade de fornecer ajuda em Gaza após mais de um ano de guerra.
"Se a UNRWA não puder operar, provavelmente haverá o colapso do sistema humanitário em Gaza", disse o porta-voz da Unicef, James Elder, que tem trabalhado extensivamente em Gaza desde o início da guerra de 7 de outubro. "Portanto, uma decisão como essa significa, de repente, que foi encontrada uma nova maneira de matar crianças."
Outras agências da ONU presentes na mesma reunião disseram que seria impossível preencher o vazio. "Ela é indispensável e não há alternativa a ela neste momento", disse o porta-voz do escritório humanitário da ONU, Jens Laerke.
Em resposta a uma pergunta sobre se a proibição representava uma forma de punição coletiva contra os habitantes de Gaza, ele disse: "Acho que é uma descrição justa do que eles decidiram aqui, se implementado, que isso se somaria aos atos de punição coletiva que temos visto impostos a Gaza".
O chefe da Organização Internacional para Migração disse que a OIM não poderia substituir a UNRWA em Gaza, mas que poderia fornecer mais ajuda às pessoas em crise. "Esse é um papel que estamos muito, muito interessados em desempenhar, e que estaremos intensificando com o apoio de várias partes interessadas", disse a diretora-geral da OIM, Amy Pope.
(Reportagem de Emma Farge)
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