Yoon Suk Yeol sobrevive a tentativa de impeachment após declaração de lei marcial na Coreia do Sul
Presidente enfrenta pressão crescente enquanto parlamento falha em aprovar moção de destituição
247 - Em meio a uma das maiores crises políticas da Coreia do Sul nas últimas décadas, o presidente Yoon Suk Yeol escapou de uma tentativa de impeachment neste sábado (7), após a Assembleia Nacional fracassar em reunir os votos necessários para aprovar a moção de destituição, segundo o The Korea Times.
A iniciativa foi bloqueada quando membros do seu partido, o conservador Partido do Poder Popular (PPP), deixaram o plenário antes da votação decisiva.
Segundo informações divulgadas pela agência Yonhap, o Partido Democrático, principal força de oposição, precisava de pelo menos oito votos do PPP para alcançar os 200 votos exigidos pela Constituição para a destituição do presidente. Com apenas um parlamentar governista permanecendo em seu assento durante a votação, a moção foi derrotada.
Desculpas públicas e crise política - A crise teve início após Yoon Suk Yeol declarar lei marcial na terça-feira (3) à noite, justificando a medida como uma resposta a supostas ameaças de "forças comunistas norte-coreanas" e "elementos antiestado pró-Norte". No entanto, o decreto foi revogado apenas seis horas depois, após forte resistência parlamentar e críticas internacionais.
Em um pronunciamento televisionado, Yoon pediu desculpas à população sul-coreana. “Lamento profundamente e gostaria de pedir desculpas sinceras ao povo que ficou chocado”, declarou o presidente, acrescentando que não tentaria impor a lei marcial novamente. "Deixo para meu partido tomar medidas para estabilizar a situação política no futuro, incluindo a questão do meu mandato".
Após suas palavras, Yoon fez uma reverência diante da bandeira nacional e manteve uma expressão séria, simbolizando seu compromisso de enfrentar as consequências políticas e legais de sua decisão.
Pressão por renúncia e isolamento político - Apesar das desculpas, o presidente enfrenta forte pressão para renunciar. O líder do seu próprio partido, Han Dong-hoon, declarou que Yoon "não está mais em posição de cumprir suas funções públicas" e que sua renúncia "é inevitável". A oposição também prometeu tentar novamente a moção de impeachment na próxima quarta-feira (11).
Yoon, que está no poder desde 2022, enfrenta uma série de escândalos pessoais e disputas políticas internas. Sua decisão de recorrer à lei marcial gerou críticas até mesmo de altos funcionários dos EUA, que antes o consideravam um aliado importante na Ásia.
Consequências legais e cenário incerto - Se Yoon for destituído no futuro, ele enfrentará um julgamento no Tribunal Constitucional, que precisará de seis votos favoráveis dos nove juízes para confirmar a decisão. Atualmente, o tribunal tem apenas seis magistrados ativos, o que torna o cenário jurídico incerto.
Além disso, procuradores, policiais e a Agência de Investigação de Corrupção para Autoridades de Alto Escalão abriram investigações contra Yoon e seus aliados, buscando processá-los por insurreição e abuso de poder. Esses crimes podem resultar em penas severas, incluindo prisão perpétua ou até mesmo a pena de morte, segundo a legislação sul-coreana.
Com um cenário político instável e crescente pressão pública, o futuro do governo de Yoon Suk Yeol permanece em aberto, enquanto a Coreia do Sul tenta superar sua maior crise institucional em décadas.
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