Ala governista do MDB reage a Nunes e estuda aliança com Lula em 2026
Divisões no MDB refletem disputa entre apoios a Lula e alianças com bolsonarismo, enquanto nomes do partido surgem como possíveis vices em 2026
247 – A ala governista do MDB, próxima ao Palácio do Planalto, não reagiu bem à declaração do prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que, em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, defendeu uma postura oposicionista ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2026. Segundo fontes do partido, ouvidas pelo jornalista Eduardo Gayer, a posição de Nunes não reflete o consenso interno, e a possibilidade de o MDB apoiar Lula ou até compor sua chapa para a reeleição tem sido cogitada. “Dificilmente o MDB ficará contra Lula em 2026”, afirmou uma liderança emedebista próxima ao Planalto, destacando que, nos bastidores, o partido descarta um rompimento com o governo.
Ricardo Nunes, que conquistou a prefeitura paulistana com o apoio do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e outros setores do bolsonarismo, já se posicionou em defesa dessa ala em declarações anteriores. “Eu vou fazer o meu trabalho para não ir [com Lula]”, afirmou o prefeito. Nunes enfatizou ainda o apoio recebido do bolsonarismo em sua reeleição: “É natural e óbvio que eu vou defender quem me apoiou. Quem me apoiou foi o Tarcísio, o presidente Bolsonaro”.
Atualmente, o MDB ocupa posições importantes no governo federal, controlando três ministérios: Cidades, com Jader Filho; Planejamento, com Simone Tebet; e Transportes, com Renan Filho. A proximidade do partido com o governo federal reforça, nos bastidores, a possibilidade de uma aliança com Lula para as próximas eleições, especialmente considerando a força de figuras como a ministra Simone Tebet, que já apoiou Lula no segundo turno das eleições de 2022. Outro nome ventilado para compor a chapa presidencial seria o governador do Pará, Helder Barbalho, irmão do ministro das Cidades e uma figura influente no MDB.
Se a composição da chapa se confirmar, uma provável ausência seria a de Geraldo Alckmin (PSB), atual vice-presidente, que poderia ser alocado para outra posição eleitoral. A decisão sobre a vice ainda está em aberto, mas a ala governista do MDB indica que poderá seguir firme ao lado do presidente, reforçando o laço com o governo e, possivelmente, deixando para trás as divisões com a ala bolsonarista do partido.
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