Celso Amorim: paz na Ucrânia só é possível com países 'autenticamente interessados' na solução do conflito
Assessor internacional do presidente Lula disse que o Brasil seguirá trabalhando em prol da paz
Sputnik – O assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, declarou com exclusividade à Sputnik Brasil, nesta terça-feira (18), que o Brasil continua à disposição para contribuir para uma resolução pacífica do conflito na Ucrânia, destacando a necessidade de haja intermediação de países realmente interessados na paz.
A declaração foi dada após o encerramento da cúpula da Ucrânia, promovida por líderes ocidentais e Vladimir Zelensky na Suíça, que terminou neste final de semana sem apresentar propostas concretas para o encerramento das hostilidades.
O evento, que buscava promover a chamada "fórmula de paz" ucraniana no confronto com a Rússia, continha propostas que entabulavam apenas as condições de Zelensky para o estancamento do conflito. A Rússia não foi convidada para a conferência e a classificou como um movimento "sem sentido".
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a reunião na Suíça, claramente, não era orientada para buscar resultados, uma vez que é impossível ter conversações eficazes sobre a Ucrânia sem a participação da Rússia.
Ao final do evento, Zelensky demonstrou irritação com a postura de neutralidade defendida pela política externa do Brasil e da China. "Assim que o Brasil e a China aderirem ao princípios de todos nós aqui, países civilizados, ficaremos felizes em ouvir suas opiniões, mesmo que elas não coincidam com a da maioria do mundo", declarou.
Questionado a respeito da fala e se isso aparentava um recrudescimento da retórica do condutor do regime ucraniano em relação ao Brasil, Celso Amorim disse à Sputnik que o país segue trabalhando em prol da resolução pacífica do conflito.
"Não me cabe qualificar declaração de chefe de Estado de outros países. Continuaremos a trabalhar pela paz, que, como já ficou demonstrado, só será alcançada por meio de negociação entre as partes, possivelmente com o apoio de países autenticamente interessados no fim do conflito."
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