Denúncia da PGR contra Bolsonaro adia reforma ministerial de Lula

247 - A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro e seus aliados por tentativa de golpe congelou os planos de Luiz Inácio Lula da Silva para reformular seu ministério. Segundo aliados do presidente ouvidos pela coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo, ele pretende aguardar o arrefecimento das repercussões antes de qualquer modificação na Esplanada.

O caso serve de justificativa para a demora de Lula em mexer na equipe, uma vez que reformas ministeriais costumam ser prolongadas e complexas. A única alteração concreta cogitada no momento é o anúncio da deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), como ministra, possivelmente no sábado (24), durante as comemorações dos 45 anos do PT.

Nesta quarta-feira (20), ao lado do primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, Lula afirmou estar satisfeito com sua equipe e reforçou que as decisões sobre mudanças são pessoais. "Mudo quando quiser e quem quiser", declarou o presidente.

A denúncia da PGR contra Bolsonaro pelo suposto envolvimento em trama de Golpe de Estado monopolizou as discussões nas redes sociais desde a noite de terça-feira (19). Dados inéditos da Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados apontam 355 mil menções ao tema no X (antigo Twitter), mobilizando 95 mil usuários. Entre os cinco tópicos mais comentados, quatro estavam relacionados ao ex-mandatário, com destaque para "Grande Dia", expressão usada ironicamente contra Bolsonaro, além das hashtags "Bolsonaro na Cadeia", "Vai Ser Preso" e "Bolsonaro Preso".

Mais cedo, nesta qarta-feira (19), Lula procurou desconversar em meio às crescentes expectativas de uma reforma ministerial, afirmando que ninguém ouviu ele falar que faria trocas no primeiro escalão do governo.

Lula lembrou que mudar ou não o governo pertence ao presidente e afirmou estar contente com seu governo, acrescentando que pode fazer mudanças quando quiser.