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    Presidente Lula busca entendimento com Arthur Lira para eleição na Câmara, diz José Guimarães

    "Evidentemente, os nomes precisam ser analisados. Não se trata de o governo encaminhar um nome para fazer disputa", disse o líder do governo na Câmara

    José Guimarães (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

    247 - O líder do governo na Câmara, deputado federal José Guimarães (PT-CE), disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está aberto a construir um entendimento com o Arthur Lira para a eleição ao comando da Casa. “Evidentemente, os nomes precisam ser analisados. Não se trata de o governo encaminhar um nome para fazer disputa”, disse Guimarães ao programa Papo com Editor, do Broadcast Político, do jornal O Estado de S. Paulo

    Embora a eleição para o sucessor de Lira esteja marcada apenas para fevereiro de 2025, as articulações já estão a todo vapor nos bastidores. O candidato mais próximo ao atual presidente da Câmara é o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), porém enfrenta resistências no PT devido aos ataques feitos por ele ao presidente Lula. Outros nomes na corrida incluem Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Antonio Brito(PSD-BA) , este último sendo o favorito do Palácio do Planalto.

    Guimarães enfatizou, ainda, que o atual Congresso é de viés conservador, em contraste com o governo federal, e destacou a organização da direita no cenário político. "O Brasil mudou muito desde 2003, quando o presidente Lula assumiu pela primeira vez. É uma realidade que precisamos reconhecer", pontuou. 

    Além das questões relacionadas à eleição na Câmara, Guimarães abordou a temática das indicações de Lula para a diretoria do Banco Central (BC), assegurando que há uma sintonia entre os indicados e o governo. “O BC não é um mundo à parte. Mesmo tendo autonomia, o País tem um novo governo, que tem um programa. O presidente do BC não é superior às urnas”, destacou o parlamentar. 

    Essa declaração surge em meio às preocupações do mercado sobre a autonomia do BC, especialmente após os recentes votos dos indicados de Lula no Comitê de Política Monetária.

    O líder do governo também anunciou sua intenção de propor mudanças em relação ao destino das emendas de comissão, atualmente utilizadas como moeda de troca no Congresso. Ele defenderá que essas emendas estejam vinculadas a ações do Executivo, uma proposta que será apresentada em 2025 ao próximo presidente da Casa e que demandaria alterações na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

    A declaração surge em meio a disputa crescente entre o governo e o Legislativo pelo controle do Orçamento, evidenciando um empoderamento inédito dos parlamentares nos últimos anos. "O governo anterior deformou a relação com o Congresso. Bolsonaro  [Jair Bolsonaro (PL)] não governava o País", ressaltou Guimarães. 

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