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    “A articulação política do governo falhou fragorosamente”, diz José Dirceu

    Ex-ministro afirma que “tarefa urgente é arrumar a casa, se Lula não quiser enfrentar novas crises no Congresso”

    José Dirceu (Foto: Lula Marques)

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    247 - O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) afirmou em artigo publicado nesta segunda-feira (10) pelo Congresso em Foco que a articulação política do terceiro governo do presidente Lula (PT) falha “fragorosamente” nas negociações com o Congresso. “A articulação política do governo com sua base ampliada falhou fragorosamente. Como muitos apregoam e defendem, tarefa urgente é arrumar a casa, se Lula não quiser enfrentar novas crises no Congresso”, diz Dirceu.

    Segundo o ex-ministro, as derrotas recentes do governo no Legislativo são fruto da correlação de forças no Congresso, e que sem a maioria parlamentar, o Executivo fica sujeito a humores de um Parlamento conservador na pauta de costumes e liberal na pauta econômica. Para resolver os problemas, José Dirceu sugere melhor articulação política e uma mudança na postura do PT. 

    O ex-ministro também disse que Lula precisa apresentar um programa de desenvolvimento do país que consiga mobilizar diferentes setores da sociedade, incluindo empresariado, trabalhadores, academia e classes médias. Dirceu enxerga três eixos fundamentais para a execução desse programa: o Novo Indústria Brasil, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Plano de Transformação Ecológica. “Não há saída para o Brasil sem um programa de desenvolvimento que impulsione o crescimento do país. E o Brasil tem tudo para crescer. A conjuntura internacional permite esse crescimento, o país atrai investimento externo, tem infraestrutura a ser construída, o turismo para expandir e uma indústria criativa pujante que demanda apoio para avançar, sem falar no tripé do programa de desenvolvimento”, escreveu.

    O Nova Indústria Brasil, conduzido pelo vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), e pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, estipula metas específicas para seis missões, abrangendo os setores de infraestrutura, moradia e mobilidade; agroindústria; complexo industrial de saúde; transformação digital; bioeconomia e transição energética; e tecnologia de defesa. A iniciativa tem como objetivo fortalecer a indústria brasileira e estimular a inovação, para que ela se torne mais competitiva e gere empregos mais qualificados.

    Já o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em sua nova versão, é conduzido pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), e elegeu como prioridades as cidades. Os principais investimentos estão no Minha Casa, Minha Vida, com R$ 601 bilhões no período 2023-2026, o setor de transição e segurança energética (R$ 596,2 bilhões) e o de transporte (R$ 369,4 bilhões).

    Por fim, o Plano de Transformação Ecológica, conduzido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), tem o foco no segmento de bioeconomia, agricultura e infraestrutura, podendo gerar até 10 milhões de empregos.

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