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    Atentado pressiona Congresso a abandonar anistia; PF vê inquérito do golpe mais fortalecido

    Integrantes do STF e parlamentares da base do governo federal reiteraram a necessidade de punição severa aos envolvidos

    Viaturas policiais em frente ao Supremo Tribunal Federal após explosões na Praça dos Três Poderes, em Brasília 13/11/2024 (Foto: REUTERS/Tom Molina)

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    247 - Uma explosão nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF), provocada por um homem-bomba na noite de quarta-feira, reacendeu o debate sobre a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.O ato, que culminou com a morte do responsável pelo ataque, aumentou a pressão sobre o Congresso Nacional para arquivar o projeto que perdoa os participantes das manifestações antidemocráticas. A notícia foi detalhada pelo jornal O Globo.

    Integrantes do STF e parlamentares da base do governo federal reiteraram a necessidade de punição severa aos envolvidos, apontando o episódio como prova de que a pacificação do país depende de responsabilizações efetivas. O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre os atos antidemocráticos, afirmou durante evento do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP):

    — A impunidade vai gerar mais agressividade. A pacificação do país, que é necessária, só é possível com a responsabilização de todos. Não existe possibilidade de pacificação com anistia a criminosos.

    Até o momento, o STF condenou 265 pessoas por envolvimento nos ataques, enquanto outros 476 acusados firmaram acordos de não persecução penal. Apesar disso, a proposta de anistia permanece à espera da instalação de uma comissão especial na Câmara dos Deputados, o que tem gerado tensão no Legislativo.

    Radicalização preocupa autoridades

    O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, enfatizou que ações como a do homem-bomba são um alerta contra a naturalização de atos extremistas:

    — Algumas pessoas foram da indignação à pena, procurando naturalizar o absurdo. Querem perdoar sem antes sequer condenar.

    A Polícia Federal, que lidera a investigação, revelou que o homem-bomba, Francisco Wanderley Luiz, deixou explosivos armados como “armadilhas” para agentes em sua residência alugada em Brasília. Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, trata-se de um claro ataque ao estado democrático de direito:

    — Estamos falando em tentativa de homicídio e armadilhas a policiais que estavam fazendo uma investigação. Não é aceitável que se proponha anistia.

    A Procuradoria-Geral da República (PGR) também se manifestou. O procurador-geral, Paulo Gonet, ressaltou a importância das ações conjuntas com o STF para combater o desrespeito às instituições democráticas.

    Parlamentares divididos

    Entre os congressistas, o episódio gerou reações diversas. Enquanto governistas como Gleisi Hoffmann (PT-PR) defenderam que a punição é “imprescindível”, oposicionistas bolsonaristas tentaram desviar o foco. Em conversas privadas, porém, reconheceram o impacto do ataque. Segundo mensagens reveladas pelo jornal Folha de S. Paulo, o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) admitiu que a anistia “foi enterrada”.

    A cúpula da PF interpreta o ato como um reforço às investigações sobre as tentativas de golpe de Estado que se seguiram à derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. O relatório final do inquérito será remetido ao STF nos próximos dias, consolidando as acusações contra os responsáveis.

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