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Autor do projeto antiaborto, Sóstenes Cavalcante é porta-voz de Malafaia

Deputado federal bolsonarista é ligado ao pastor-empresário Silas Malafaia e apoiou o negacionismo durante a pandemia de Covid-19

(Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

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247 - Autor do Projeto de Lei (PL) que equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio, o deputado federal bolsonarista Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), conhecido por seu alinhamento com o pastor-empresário Silas Malafaia e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, tem um histórico de posições contrárias à ciência, como demonstrou durante a pandemia de Covid-19, quando defendeu tratamentos ineficazes promovidos por Jair Bolsonaro (PL).

A trajetória política de Sóstenes na Câmara começou em 2015, como apoiador de Eduardo Cunha, que foi preso por corrupção no âmbito da Operação Lava Jato, e sua proximidade com figuras influentes do cenário evangélico, como Malafaia, fortaleceu sua posição no Parlamento.

Sóstenes, que está no terceiro mandato como deputado federal, viu sua votação diminuir significativamente desde 2014, mas manteve sua influência dentro do Legislativo, sendo eleito segundo vice-presidente da Mesa Diretora em 2023, destaca a Folha de S. Paulo.

O projeto sobre aborto, que ficou conhecido como “PL do Estupro” por prever penas maiores para a mulher que fizer um aborto do que para estupradores, gerou críticas até mesmo entre aliados de direita, que consideraram a medida um erro estratégico. Contudo, aliados de Sóstenes avaliam que a controvérsia reforçou sua imagem como defensor de “valores cristãos”.

A reação ao PL foi intensa, chegando ao ponto de um embate com o presidente Lula, que questionou a ética do deputado ao propor o projeto. "O cidadão diz que fez o projeto para testar o Lula. Eu não preciso de teste. Quem precisa de teste é ele. Eu quero saber se uma filha dele fosse estuprada, como ele ia se comportar", afirmou Lula nesta terça-feira (18) em entrevista à Rádio CBN.

A pressão social contra o projeto levou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a criar uma "comissão representativa" para discutir o assunto e o PL deverá ser discutido pela Casa somente no segundo semestre.

O projeto de Sóstenes também recebeu críticas por declarações imprecisas feitas pelo deputado para defendê-lo. Em redes sociais, ele afirmou, sem provas, que fetos abortados são usados na indústria de cosméticos. Além disso, médicos citados por Sóstenes na justificativa do PL acusaram o deputado de distorcer fatos sobre um caso de aborto envolvendo uma menina capixaba estuprada em 2020.

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