Bolsonaristas querem atacar a credibilidade da delação premiada de Mauro Cid e questionar a a PGR: 'fez uma denúncia iFood'
Sem provas, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) acusou o ministro do STF Alexandre de Moraes de 'encomendar' as acusações da Procuradoria contra Jair Bolsonaro
247 - Aliados de Jair Bolsonaro (PL) tentarão minimizar as consequências políticas da denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito sobre o plano golpista. Bolsonaristas planejam uma investida tanto jurídica quanto nas redes sociais. O deputado Carlos Jordy (PL-RJ) classificou a acusação da PGR como uma "denúncia iFood", alegando que teria sido "encomendada" pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O relato saiu no Portal Uol.
Políticos bolsonaristas tentarão convencer a sociedade de que a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid contém distorções. A defesa de Bolsonaro pretende argumentar que Cid foi pressionado a incriminar o ex-mandatário.
Segundo informações divulgadas pela revista Veja no ano passado, o ex-ajudante de ordens afirmou a pessoas próximas que suas declarações estavam sendo distorcidas pela Polícia Federal (PF).
Outra estratégia será alegar que não há gravações, mensagens de texto, áudios ou qualquer ordem direta de Bolsonaro para a execução de um golpe de Estado.
Crimes
A PGR acusou o ex-presidente de cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, além de deterioração de patrimônio tombado. Além de Bolsonaro, mais de 33 pessoas foram denunciadas.
No inquérito da trama golpista, a Polícia Federal, que indiciou Bolsonaro, apontou um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes.
Delação
O tenente afirmou que Fabio Wajngarten, advogado e assessor de Bolsonaro, tentou descobrir o conteúdo de seu acordo de delação premiada.
Conforme o ex-ajudante de Bolsonaro, aliados do governo dele distorceram a interpretação do artigo 142 da Constituição Federal para justificar uma tentativa de golpe de Estado.
O artigo 142 prevê que "as Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem".
Ainda segundo a colaboração premiada, Bolsonaro apresentou uma minuta de golpe ao comandante de Operações Terrestres do Exército, general Estevam Teophilo, durante uma reunião em Brasília.
Mauro Cid afirmou que Bolsonaro nunca desmobilizou os manifestantes que estavam nas ruas e nas portas dos quartéis do Exército após as eleições de 2022.
O ex-mandatário também "encaminhava diretamente" ao gabinete do ódio alguns ataques a ministros do STF.
O militar disse também que Bolsonaro ordenou que ele colocasse dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
A delação também implicou Michelle Bolsonaro, que teria tentado convencer Bolsonaro a dar um golpe de Estado.
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