Cappelli sobre plano golpista: 'tentativa de homicídio é crime. Queriam assassinar a democracia'
'Só não tiveram êxito em função da incompetência e da resistência de legalistas', afirmou o presidente da ABDI sobre os envolvidos na trama bolsonarista
247 - O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, fez um alerta para a gravidade do plano golpista que, segundo a Polícia Federal, tinha como objetivo assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
"Tentativa de homicídio é crime. Tentaram assassinar a democracia. Só não tiveram êxito em função da incompetência e da resistência de legalistas. Eles não apenas 'pensaram'. Eles agiram. Tentaram. A cadeia é o único caminho para todos os envolvidos. Para que jamais se repita", afirmou Cappelli.
Além do presidente da ABDI, lideranças como a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), e o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) criticaram o argumento usado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao comentar a trama golpista.
De acordo com o político da extrema-direita, "por mais que seja repugnante, pensar em matar alguém não é crime". "Para haver tentativa é preciso que sua execução seja interrompida por alguma situação alheia à vontade dos agentes", escreveu nas redes sociais.
A Operação Contragolpe, da Polícia Federal, prendeu um agente da corporação (Wladimir Soares) e mais 4 militares do Exército - Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra Azevedo e do general da reserva Mário Fernandes.
Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou o ex-governador do Maranhão Flávio Dino para comandar o Ministério da Justiça e Segurança Pública, no início de 2023, Capelli assumiu a secretaria-executiva da pasta. Em seu oitavo dia oficialmente no cargo, foi nomeado interventor federal na Segurança Pública do Distrito Federal depois que vândalos e golpistas invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o prédio do STF. Dino é ministro do Supremo atualmente.
Na condição de interventor, Capelli passou 23 dias respondendo especificamente pela Segurança Pública no Distrito Federal. Exonerou e afastou oficiais da Polícia Militar (PM) e da própria Secretaria Distrital de Segurança Pública, além de acompanhar as investigações contra acusados de terem sido coniventes com os ataques aos Três Poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário. O STF emitiu mais de 260 condenações das 1.390 denúncias feitas pela Procuradoria-Geral da República (com Agência Brasil).
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