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    Entenda por que Zanin autorizou a ação da PF sobre corrupção no Judiciário

    Ministro do STF determinou busca, apreensão e prisão preventiva para apurar esquema envolvendo venda de decisões judiciais e informações privilegiadas

    Cristiano Zanin (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

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    247 – O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira (26) uma série de diligências para investigar um suposto esquema de corrupção no Judiciário, envolvendo servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ), desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), advogados e empresários. A decisão atendeu a um pedido da Polícia Federal e incluiu medidas como busca e apreensão, afastamento de funções públicas, bloqueio de bens e até a prisão preventiva de um empresário acusado de intermediar as ações ilícitas.

    As informações foram divulgadas pelo Supremo Tribunal Federal, que destacou que as investigações tiveram início a partir da análise do celular de um advogado morto em 2023, em Mato Grosso. As mensagens encontradas no aparelho apontaram possíveis relações entre desembargadores do TJ-MT e vantagens financeiras ilegais para favorecer julgamentos.

    Segundo Cristiano Zanin, as provas até agora obtidas indicam um esquema de intermediação criminosa envolvendo advogados, empresários e servidores públicos. “Os diálogos e documentos colhidos descortinaram um esquema de intermediação envolvendo empresários e servidores do Poder Judiciário, demonstrando a materialidade e autoria de graves crimes”, destacou o ministro em sua decisão.

    Origem das investigações e novas descobertas

    A investigação inicial, conduzida pela Corregedoria Nacional de Justiça, resultou na abertura de reclamações disciplinares contra dois desembargadores do TJ-MT. Posteriormente, um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) trouxe indícios de movimentações financeiras suspeitas envolvendo pessoas com foro privilegiado no STF, o que transferiu a responsabilidade do caso ao Supremo.

    Entre as ações autorizadas por Zanin estão o afastamento de dois desembargadores e um servidor do TJ-MT de suas funções, retenção de passaportes, bloqueio de bens e monitoramento eletrônico dos investigados. Além disso, o ministro determinou a prisão preventiva de um empresário apontado como peça-chave no esquema.

    Repercussões no Judiciário

    Apesar da gravidade das acusações, até o momento não há indícios de envolvimento de magistrados de tribunais superiores no esquema. A decisão de Zanin, contudo, reforça a postura de tolerância zero com possíveis irregularidades dentro do sistema judiciário. O caso segue sob apuração, e novas revelações podem surgir à medida que as diligências se desdobram. Essa investigação lança luz sobre a necessidade de maior transparência e mecanismos de controle no Judiciário, um tema que promete gerar debates intensos nos próximos meses.

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