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      Glauber Braga presta depoimento à PF e denuncia "manobras" Arthur Lira

      Deputado reafirmou suspeitas sobre interferência do agora ex-presidente da Câmara na destinação de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares

      Glauber Braga (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - O deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) prestou depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (13) no inquérito que investiga supostas irregularidades na distribuição de emendas parlamentares. A investigação, conduzida por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, apura uma possível manipulação de R$ 4,2 bilhões em emendas e tem como foco principal o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).

      À CNN Brasil, Braga afirmou ter detalhado no depoimento as "manobras" supostamente realizadas por Lira para concentrar a distribuição das emendas, enfraquecendo a transparência e beneficiando aliados políticos. O parlamentar acusou Lira de cancelar as comissões que deveriam deliberar sobre as emendas e assumir o controle direto dos repasses. “As decisões do ministro Dino são razoabilíssimas, não tem interferência indevida. Tem uma farra de ilegalidade para dizer o mínimo. Estão esculachando a questão das emendas, não disfarçam. Isso não é interferência de outro poder, é um escárnio que precisa ter uma apuração”, declarou Braga.

      Investigação mira distribuição de emendas - O inquérito foi aberto após denúncias de parlamentares sobre a forma como as emendas de comissão estavam sendo destinadas, sem critérios claros e com pouca transparência. A Polícia Federal apura se Arthur Lira teve um papel central na manipulação do Orçamento, interferindo na definição das emendas e dificultando a fiscalização sobre a alocação dos recursos.

      Além disso, a PF investiga a participação de lobistas e possíveis desvios no montante bilionário distribuído por meio das emendas de comissão. Em entrevista recente à revista Piauí, a deputada Adriana Ventura (Novo-SP) afirmou que a distribuição das emendas era feita sem a deliberação das comissões, com listas de destinações sendo impostas de cima para baixo, assinadas apenas pelo presidente da comissão, sem qualquer debate ou análise mais criteriosa.

      Diante dessas suspeitas, o ministro Flávio Dino determinou a suspensão dos pagamentos dos R$ 4,2 bilhões sob investigação. Em sua decisão, Dino afirmou que as irregularidades no “rito interno” de distribuição das emendas levantaram preocupações graves sobre a legalidade do processo. Para o ministro, as denúncias indicam práticas que podem ter ultrapassado os limites constitucionais, justificando a necessidade de aprofundamento das investigações.

      Arthur Lira nega irregularidades - Lira tem negado todas as acusações e alega que a distribuição das emendas segue critérios técnicos e rigorosos estabelecidos pelo governo federal. Segundo o ex-presidente da Câmara, o modelo de repasse foi definido conforme as regras vigentes e com ampla transparência.

      A PF já ouviu outros parlamentares no curso da investigação, incluindo José Rocha (União-BA), Adriana Ventura (Novo-SP) e o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG). O avanço das apurações e as novas denúncias podem influenciar diretamente o futuro político de Lira, que ainda mantém forte influência dentro do Congresso Nacional.

      O caso segue sob análise da Polícia Federal, e novas oitivas devem ocorrer nas próximas semanas para esclarecer a responsabilidade dos envolvidos na distribuição das emendas bilionárias.

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