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    Lewandowski se vê vítima de fritura para dar lugar a Pacheco no Ministério da Justiça em 2025

    Em conversas reservadas, o ministro também reclama da lentidão da Casa Civil, que teria engavetado a PEC da Segurança Pública por meses antes de discuti-la

    Ministro Ricardo Lewandowski 24/03/2024 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

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    247 - Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública, encerra o primeiro ano de sua gestão carregando um misto de frustração e cansaço. Segundo informações apuradas por Malu Gaspar, do jornal O Globo, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) se ressente das especulações sobre sua possível substituição na reforma ministerial que deve ocorrer no início de 2025. Nos bastidores, aliados do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), articulam sua indicação ao posto de Lewandowski após o fim de seu mandato no Senado.

    Fontes próximas ao ministro afirmam que ele aceitou o cargo por considerar uma missão pessoal a pedido do presidente Lula (PT), após sua aposentadoria no STF. Entretanto, a sensação de isolamento político e a falta de apoio dentro do governo têm sido constantes. As críticas ao desempenho de Lewandowski giram em torno da falta de habilidade nas negociações políticas e da lentidão na tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, que pretende unificar protocolos policiais e fortalecer o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP).

    Disputas internas e resistências - Nos corredores de Brasília, aliados do governo afirmam que a PEC não avançou devido à resistência de governadores, principalmente dos oposicionistas Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Cláudio Castro (PL-RJ) e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), que não aceitam dividir o controle de suas polícias estaduais com a União. Lewandowski, contudo, aponta outro culpado: o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). Em conversas reservadas, ele atribui a paralisação do projeto à falta de articulação política da Casa Civil, que, segundo ele, teria engavetado a proposta por meses antes de permitir qualquer discussão pública.

    A situação se tornou insustentável em outubro, quando Costa finalmente convocou governadores para debater o projeto. Após a reunião de 10 de outubro, Lewandowski declarou que considerava “encerradas” as negociações com os chefes estaduais. “Eu tenho a impressão que está encerrada [a negociação com os governadores], a fase das propostas. É claro que, se houver outras sugestões, serão bem-vindas e examinadas com relação ao seu mérito”, afirmou o ministro, visivelmente irritado.

    Rumores e futuro incerto - Dentro do governo, circulam rumores de que o desempenho de Lewandowski está sendo monitorado de perto. A pressão pela saída dele cresceu após críticas públicas e avaliações de que seu perfil técnico não teria sido capaz de contornar a resistência política à PEC. Para aliados de Rodrigo Pacheco, sua experiência no Congresso traria mais capacidade de articulação no Executivo.

    Apesar disso, interlocutores do Palácio do Planalto afirmam que o presidente Lula ainda não tomou uma decisão definitiva sobre mudanças na pasta.

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