Lira quer mais um encontro com Lula antes de anunciar seu candidato ao comando da Câmara
Presidente da Câmara havia prometido anunciar seu candidato ainda em agosto, o que não ocorreu
247 - O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), descumpriu a promessa de anunciar o candidato à sua sucessão em agosto, gerando um clima de incerteza entre os parlamentares e impactando diretamente as chances do líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), de se consolidar como favorito, relata reportagem do jornal O Globo. Sem um acordo firmado, a última semana foi marcada por uma série de reuniões que visavam enfraquecer a ascensão de Elmar à condição de preferido por Lira.
Parlamentares como Antônio Brito (PSD-BA) e Marcos Pereira (Republicanos-SP) tentaram unir suas candidaturas, mas as negociações esbarraram na disputa por quem lideraria a chapa. A falta de consenso reflete o cenário acirrado dentro do Congresso.
Em uma reunião com a bancada ruralista na segunda-feira (2), Lira deu sinais de que deve declarar apoio a Elmar nesta quarta-feira (4), após uma última conversa com o presidente Lula (PT). No entanto, o líder da Câmara ainda demonstra preocupação com a coesão do apoio bolsonarista ao nome que indicará, uma vez que Brito e Pereira têm buscado se aproximar da direita para garantir apoios.
Na quarta-feira (28), Lira esteve em uma reunião a portas fechadas com Lula, onde o assunto principal foi a sucessão na Câmara. Dias antes, Lula recebeu líderes partidários no Planalto e garantiu que "não se meterá na escolha do sucessor de Lira”, segundo afirmaram parlamentares que estavam no encontro.
Enquanto isso, Marcos Pereira busca superar resistências internas. Apesar de ter bom trânsito na base governista e uma relação estreita com Lula, sua proximidade com a Igreja Universal e um histórico de atritos com Jair Bolsonaro (PL) dificultam a consolidação de seu nome. Já Brito, embora bem visto por deputados de diferentes espectros políticos, não figura como o preferido de Lira.
Elmar Nascimento, apesar de apontado como o favorito de Lira, enfrenta desafios significativos. A dificuldade de articulação e a falta de acesso a deputados são algumas das queixas que pesam contra o líder do União Brasil. Além disso, sua relação com a base governista é complicada, devido ao seu histórico de oposição à esquerda. No entanto, Elmar tenta contornar essas barreiras, prometendo contemplar diferentes forças políticas e assegurar compromissos firmados por Lira.
Lira busca repetir o sucesso eleitoral de 2023, quando foi reeleito com recorde de votos. Contudo, a fragmentação das candidaturas e as resistências internas sugerem que a eleição para a presidência da Câmara será disputada em dois turnos, quebrando a tradição de definições em consenso que marcou a política recente da Casa. Com o apoio de Lira ainda indefinido, a sucessão permanece aberta, com um cenário dinâmico e cheio de articulações nos bastidores.
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