Mauro Cid em delação: Bolsonaro pediu monitoramento de Moraes

247 - Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-mandatário pediu para que um grupo monitorasse o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. De acordo com o militar, o acompanhamento foi realizado. A informação foi publicada no blog de Andréia Sadi.

Os novos detalhes, que fazem parte da delação premiada de Mauro Cid, foram revelados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que denunciou Bolsonaro, o tenente e mais 32 pessoas na investigação do plano golpista.

"Sobre as solicitações feitas a Marcelo Câmara às vésperas do Natal, informou que quem solicitou o monitoramento do Ministro Alexandre de Moraes 'foi o ex-Presidente Jair Bolsonaro", escreveu a PGR na denúncia.

Em delação, o próprio Mauro Cid também havia dito que Bolsonaro consultou comandantes das Forças Armadas sobre a possibilidade de um golpe de Estado. Antes de a PGR apresentar as denúncias, a Polícia Federal havia dito que os participantes da trama golpista chegaram a discutir o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes. Caso as denúncias sejam aceitas pelo STF no inquérito da trama golpista, os indiciados se tornarão réus. Moraes é o relator desta investigação no Supremo.

Além do inquérito do plano golpista, a PF indiciou Bolsonaro em mais duas investigações - fraudes em cartões de vacinação, e venda ilegal de joias. O ex-mandatário deve sofrer novas denúncias da Procuradoria. 

Em 2023, o Tribunal Superior Eleitoral tornou Bolsonaro inelegível até 2030 por declarações golpistas em 2022, quando ele afirmou a embaixadores, em Brasília (DF), que o sistema eleitoral brasileiro não tem segurança contra fraudes.