Assassinada em 2018, Marielle Franco faria 45 anos neste sábado
Vereadora teve a vida marcada pela luta em defesa de minorias e de grupos socialmente oprimidos
247 - A vereadora Marielle Franco faria 45 anos neste sábado (27), caso não tivesse sido brutalmente assassinada, juntamente com o motorista Anderson Gomes, ,no dia 14 de março de 2018. Ao longo de sua vida ela atuou em defesa de minorias e de grupos socialmente oprimidos.
Marielle nasceu em 27 de julho de 1979, no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio de Janeiro. Filha de Marinete da Silva e Antônio Francisco da Silva Neto, Marielle era uma mulher negra que cresceu enfrentando as dificuldades de uma das áreas mais carentes do Rio. Durante a adolescência, trabalhou com o pai, participou de grupos jovens na Igreja Católica e até foi dançarina na equipe de funk Furacão 2000. Aos 19 anos, tornou-se mãe de Luyara Santos. Em 2005, a morte de uma amiga em um tiroteio despertou seu desejo de lutar pelos direitos humanos.
Marielle viu na educação uma ferramenta para combater as desigualdades sociais. Trabalhou como educadora infantil e estudou no Pré-Vestibular Comunitário da Maré. Com bolsa integral, formou-se em Ciências Sociais pela PUC-Rio e, em 2014, concluiu o mestrado em Administração Pública na UFF com a dissertação crítica "UPP: a redução da favela a três letras". Além de atuar em organizações como a Brasil Foundation e o Ceasm, Marielle esteve envolvida em movimentos feministas, negros e de favelas.
Em 2006, trabalhou na campanha de Marcelo Freixo e, posteriormente, foi sua assessora parlamentar. Coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos na Alerj, o que a incentivou a candidatar-se à vereadora em 2016. Eleita pelo PSOL, obteve 46.502 votos, tornando-se a quinta mais votada. Na Câmara, presidiu a Comissão da Mulher e foi relatora de uma comissão que acompanhou a intervenção federal no Rio em 2018.
Durante seus 13 meses de mandato, Marielle participou de 118 proposições, incluindo 17 projetos de lei. Três desses projetos tornaram-se lei durante sua vida, abordando gestão de saúde, diretrizes para casas de parto e mototáxis. Após sua morte, outras nove leis foram aprovadas, centrando-se em direitos humanos, cidadania e direitos das mulheres.
Neste ano, o deputado federal Chiquinho Brazão União Brasil-RJ) e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão foram presos pela Polícia Federal pela suspeita de serem os mandantes do crime. O delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, foi preso pela suspeita de acobertar o crime. Em maio, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra eles no processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
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