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    Busca por lucro gerou erros em laudos que levaram a infecções por HIV no Rio, diz polícia

    A empresa contratada para realizar os testes, o PCS Lab Saleme, alterou a frequência das checagens de reagentes químicos para gastar menos

    Laboratório PCS Saleme (Foto: Reprodução/Google StreetView)

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    247 - A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) revelou na manhã desta segunda-feira (14) que a infecção de seis pacientes com HIV após transplantes de órgãos no estado é resultado de uma falha operacional, visando obter mais lucro, por parte do laboratório responsável pelos testes, informa a CNN Brasil. A coletiva de imprensa foi conduzida pelo secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, que destacou a gravidade das irregularidades cometidas na análise dos exames.

    Segundo as investigações preliminares, a empresa contratada para realizar os testes, o PCS Lab Saleme, tomou a decisão de alterar a frequência das checagens de reagentes químicos. Em vez de fazer as verificações diárias, a empresa optou por realizá-las semanalmente, visando maximizar lucros em detrimento da segurança dos processos. Essa quebra de protocolo impactou diretamente a precisão dos testes, levando a resultados falso negativos que permitiram que órgãos contaminados fossem transplantados.

    O escândalo veio à tona após o pedido de investigação feito pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) na última sexta-feira (11). A Delegacia do Consumidor, responsável pela apuração, iniciou uma operação que resultou, na manhã de hoje, em 11 mandados de apreensão e quatro de prisão. Entre os detidos estão o sócio principal do laboratório e um técnico de laboratório, ambos acusados de envolvimento nas irregularidades que comprometeram a saúde dos pacientes.

    A repercussão do caso é alarmante, não apenas pela infecção dos pacientes, mas também pelo risco potencial à saúde de outros 288 doadores que tiveram seus órgãos testados no mesmo laboratório. A reanálise dos testes desses doadores já foi iniciada, com a Secretaria de Saúde comprometendo-se a realizar novos exames, desta vez sob a supervisão do Hemorio, o hemocentro do estado.

    Em uma nota enviada à CNN Brasil, o PCS Lab Saleme afirmou: “A defesa de Walter e Mateus Vieira, sócios do PCS Lab Saleme, repudia com veemência a suposta existência de um esquema criminoso para forjar laudos dentro do laboratório, uma empresa que atua no mercado há mais de 50 anos. Ambos prestarão todos os esclarecimentos à Justiça”.

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