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    Coordenador diz que grupo armado agiu para 'aniquilar' liderança do MST em Tremembé

    Presidente Lula cobra ação da PF após assassinatos em assentamento do movimento social no interior de São Paulo

    Valdir Nascimento e MST (Foto: Divulgação/MST | Agência Brasil)
    Guilherme Paladino avatar
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    247 - O assassinato de Valdir do Nascimento, de 52 anos, conhecido como Valdirzão, durante o ataque ao assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Tremembé (SP), foi uma ação deliberada para eliminar uma das principais lideranças locais do movimento. A afirmação é de Gilmar Mauro, da coordenação nacional do MST, conforme relatado pelo portal UOL neste sábado (11).

    Segundo Mauro, Valdirzão foi executado com vários tiros na cabeça, o que indica a intenção do grupo de aniquilar o líder. "Valdir era uma referência no combate à venda de lotes dentro do assentamento [...] Esse grupo foi lá para aniquilá-lo", declarou.

    O ataque ocorreu na noite de sexta-feira (10), por volta das 23h, quando cerca de dez homens fortemente armados invadiram o assentamento e abriram fogo contra as aproximadamente 20 pessoas presentes, muitas delas dormindo. Além de Valdirzão, Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, e Denis Carvalho, de 29 anos, foram mortos. Outras cinco pessoas ficaram feridas.

    O assentamento Olga Benário, regularizado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) há mais de 20 anos, abriga cerca de 45 famílias. Sabrina Diniz, superintendente do Incra e amiga pessoal de Valdir, relembrou que ele era um militante histórico do MST e uma liderança fundamental na luta pela reforma agrária.

    Valdir participou das primeiras ocupações de terra no Vale do Paraíba e foi decisivo na conquista dos seis assentamentos da região. Segundo ela, os assentamentos vinham enfrentando invasões de milicianos apoiados por vereadores e com a conivência de policiais, especialmente desde 2021.

    Sabrina relembrou que, em 2021, o MST denunciou invasões ao Ministério Público e que, em 2023, impediram uma tentativa de invasão ao Olga Benário. "Acredito que isso tenha provocado uma reação mais organizada por parte deles [grupos criminosos]."

    Diante da gravidade do ataque, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou que a Polícia Federal acompanhe as investigações. O Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio do ministro em exercício Manoel Carlos de Almeida Neto, solicitou a instauração de inquérito para apurar o crime, classificando o caso como violação de direitos humanos.

    Enquanto isso, o MST cobrou rapidez na identificação e prisão dos autores. "Aos nossos mortos, nenhum minuto de silêncio, mas uma vida inteira de luta!", declarou o movimento em nota oficial.

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