"Ele forçou o pouso numa pista molhada", opina especialista sobre avião que explodiu em Ubatuba (SP)
Segundo Gerardo Portela, a região de Ubatuba é conhecida por apresentar condições meteorológicas complicadas para pousos visuais
247 - O trágico acidente aéreo ocorrido em Ubatuba, no litoral de São Paulo, nesta quinta-feira (9) já desperta debates sobre suas possíveis causas. Em entrevista ao UOL, Gerardo Portela, especialista em gerenciamento de risco, destacou que o piloto do avião de pequeno porte “forçou o pouso em uma pista molhada”, o que teria contribuído decisivamente para o desfecho fatal.
A aeronave transportava cinco pessoas no momento do incidente: quatro passageiros, que foram resgatados com vida, e o piloto, que infelizmente não sobreviveu. Segundo Portela, o Aeroporto Estadual de Ubatuba oferece desafios significativos para pousos em condições climáticas desfavoráveis, incluindo pistas molhadas e visibilidade reduzida.
Contexto climático e estrutural - Portela explicou que a região de Ubatuba, assim como Paraty e Angra dos Reis, é conhecida por apresentar condições meteorológicas complicadas para pousos visuais. Essa é uma região conhecida pela dificuldade para pousos em condições visuais porque chove muito. É a área de Ubatuba, Paraty e Angra dos Reis - inclusive a usina nuclear foi construída ali justamente porque é um dos lugares do Brasil onde mais chove. Há muita nebulosidade, umidade e nuvens". Esses fatores tornam a aproximação e o pouso difíceis, especialmente em pistas curtas e sem infraestrutura para procedimentos mais avançados de aterrissagem.
Ao analisar imagens do acidente, Portela destacou a visibilidade ruim e a falta de aderência na pista como agravantes. "Embora pareça que tenha teto, não é uma condição favorável para um voo, principalmente porque você observa também que choveu recentemente. A pista está molhada. Parece-me, pelas imagens, que ele não conseguiu manter o alinhamento e a aderência necessária e acabou derrapando".
Dinâmica do acidente - Segundo o especialista, a perda de aderência e o descontrole durante o pouso podem ter levado à derrapagem da aeronave. Ele ressaltou a necessidade de energia ser transferida ao solo para que a aeronave possa parar, algo que depende de condições ideais de atrito. "Se a pista está molhada, infelizmente isso pode ser extremamente difícil de ser feito".
Portela também destacou o fator combustível. "Existem vários aeródromos ali. Esse piloto tentou fazer o pouso e ainda havia bastante combustível, mas talvez não o suficiente para sair da região. Ele forçou o pouso numa pista molhada. Era o que ele tinha e provavelmente não conseguiu reduzir a velocidade".
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