Lindbergh protocola requerimento no Ministério da Justiça sobre a Abin Paralela: 'agiu para atender interesses de Bolsonaro'
O parlamentar quer saber se a Agência Brasileira de Inteligência teria participado da tentativa de golpe de Estado no Brasil
247 - O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) protocolou nesta sexta-feira (12) um requerimento de informação junto ao Ministério da Justiça (MJ). O parlamentar quer saber se a “Abin Paralela” teria participado da tentativa de golpe de Estado no Brasil; e da redação da “minuta do golpe”, assinada por Jair Bolsonaro. Responsável pelas investigações, a Polícia Federal é subordinada à pasta comandada pelo ministro Ricardo Lewandowski.
“Para a PF, os crimes supostamente cometidos na Abin se situam no nexo causal dos delitos que culminaram na tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito. Precisamos saber como funcionava o órgão que, de forma ilícita, agiu para atender interesses políticos e pessoais do ex-presidente Jair Bolsonaro”, afirmou o deputado.
Nesta quinta (11), policiais federais prenderam cinco pessoas por envolvimento em um esquema de espionagem ilegal feita pela Abin durante o governo Jair Bolsonaro, quando a agência era comandada pelo atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
As investigações apontaram que políticos do Poder Executivo, do Legislativo, ministros do Supremo Tribunal Federal e jornalistas foram monitorados ilegalmente. Também houve espionagem sobre o andamento das investigações da ex-vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL). Dois milicianos presos pelo assassinato - Ronnie Lessa e Élcio Queiroz - tinha ligação com a família Bolsonaro. As apurações do homicídio contra a ex-parlamentar não apontaram envolvimento dos Bolsonaro no crime.
Com o requerimento, Lindbergh também quer saber se existe relação entre a espionagem ilegal e os atos golpistas do 8 de janeiro de 2023, quando bolsonaristas invadiram a Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF). Ministros do STF fizeram pelo menos 226 condenações. A Procuradoria-Geral da República fez 1.390 denúncias. Novos julgamentos vão acontecer no Supremo.
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