Morto no Aeroporto de Guarulhos, empresário denunciou roubo de policiais e conexão com PCC
Antônio Vinicius expôs relações com o PCC e ameaças de morte, em delação com o Ministério Público. Detalhes do caso revelam extorsão, atentado e execução
247 - O empresário Antônio Vinicius, ex-corretor imobiliário com ligações com o crime organizado, teve sua história de delação e conflito com o Primeiro Comando da Capital (PCC) revelada pelo programa Fantástico, da Rede Globo. Em audiência exclusiva à qual o programa teve acesso, Vinicius relatou ameaças, um atentado e o sequestro que sofreu de membros da facção, enquanto aguardava julgamento por suspeita de envolvimento em lavagem de dinheiro para o grupo criminoso. A reportagem também destacou uma série de denúncias contra policiais, apontando para um suposto roubo de bens de luxo pertencentes ao empresário.
Vinicius revelou detalhes sobre sua relação com Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como "Cara Preta", integrante do PCC assassinado em 2021. O empresário negou envolvimento no crime, mas admitiu ter colaborado com a facção para lavar dinheiro por meio de transações imobiliárias, onde intermediava negócios entre membros do grupo e utilizava nomes de familiares como laranjas. O Ministério Público de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), ofereceu ao empresário um acordo de delação premiada. Em troca de proteção, ele passou a colaborar com informações sobre o esquema de lavagem de dinheiro da facção, expondo também os perigos que enfrentava ao romper com a organização.
Durante o processo de delação, Vinicius foi alvo de um atentado em seu apartamento no dia de Natal de 2023. Em meio às ameaças, recusou-se a ingressar no Programa Federal de Assistência a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas (Provita), insistindo em uma escolta policial particular, o que não foi possível, conforme explicou o promotor de Justiça do GAECO, Lincoln Gakiya.
Em um novo depoimento, Vinicius também denunciou supostos abusos cometidos por policiais civis durante sua primeira prisão. Segundo ele, investigadores roubaram R$ 20 mil em dinheiro e uma coleção de relógios de sua residência, sendo que parte dos relógios foi vista posteriormente nas redes sociais de um dos policiais. O Ministério Público confirmou que a Corregedoria da Polícia Civil está investigando essas denúncias, agora integradas ao acordo de delação do empresário.
No momento de sua execução, na sexta-feira (8), no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, Antônio Vinicius retornava de Maceió ao lado de sua namorada, levando consigo joias avaliadas em cerca de R$ 1 milhão, supostamente obtidas como pagamento de uma dívida. Em meio a um tumulto no aeroporto, ele foi abordado e morto a tiros, em uma cena que chocou os presentes e levantou dúvidas sobre a possível conexão entre o crime e as informações que ele detinha. “Ele era um arquivo vivo”, declarou Lincoln Gakiya, prometendo que o Ministério Público seguirá acompanhando as investigações até que se chegue à resolução do caso.
A Polícia Civil informou que armas encontradas próximas ao aeroporto estão em perícia para identificar uma possível ligação com o ataque, enquanto os seguranças de Vinicius, todos policiais militares, foram afastados temporariamente de suas funções.
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