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    MP pede condenação de homem negro que foi alvo de perseguição armada por Carla Zambelli em São Paulo

    Ministério Público de São Paulo solicitou a condenação do jornalista Luan Araújo pelos crimes de injúria e difamação

    Carla Zambelli (Foto: Reprodução/Twitter)

    247 - O jornalista Luan Araújo entrou na mira do Judiciário paulista após o Ministério Público de São Paulo solicitar à Justiça sua condenação pelos crimes de injúria e difamação. As acusações estão relacionadas a comentários considerados ofensivos contra a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP). 

    Ele é o jovem negro que foi perseguido sob a ameaça de uma arma pela deputada na região dos Jardins, em São Paulo, em 2022. A perseguição, ocorrida na véspera da eleição, foi filmada em vídeo. Zambelli foi denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.

    Em resposta ao caso, a deputada abriu um processo contra Araújo, baseando-se em um artigo publicado logo após o episódio. No texto, o jornalista acusou Zambelli de seguir uma "seita de doentes de extrema direita" e de cometer "atrocidades atrás de atrocidades", aproveitando-se do caso para promover uma agenda politicamente motivada.

    “Em petição assinada no dia 6 de maio, o promotor Roberto Bacal deu um parecer favorável à condenação do jornalista. Segundo o promotor, ‘desde o início do desentendimento, houve uma ofensa gratuita e dolosa contra a deputada’", diz o jornalista Rogério Gentile em sua coluna no UOL. 

    "Ficou patente que, no dia em que ocorreu o desentendimento, a deputada almoçava em um restaurante com seu filho e um amigo e foi avistada pelo querelado. Sem qualquer provocação contra sua pessoa, ele se direcionou à deputada para lhe dirigir ofensas", diz Bacal em um outro trecho do documento. O promotor também apontou o texto de Araújo como um ataque à honra de Zambelli, caracterizado por um excesso de linguagem prejudicial. O processo está pendente de julgamento.

    Em sua defesa, Luan Araújo alegou que não cometeu nenhum crime, argumentando que estava apenas exercendo seu trabalho profissional respaldado pela liberdade de expressão. Quanto à discussão na véspera da eleição, o jornalista negou ter empurrado Zambelli, afirmando que a discussão surgiu quando a viu pedindo voto ao recepcionista de um bar. Araújo relatou, ainda, ter ouvido um tiro durante o incidente, expressando temor pela sua vida e ressaltando o impacto emocional da situação. 

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