"PMERJ não é instrumento político": deputados cobram explicações sobre número de manifestantes em ato bolsonarista no Rio
Renata Souza acionou o Ministério Público, e Yuri Moura questionou a Polícia Militar do Rio sobre a metodologia da estimativa usada no ato bolsonarista
247 - Dois deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) exigem explicações sobre os números divulgados pela Polícia Militar (PMERJ) a respeito da manifestação convocada por Jair Bolsonaro (PL) no último domingo (16), na praia de Copacabana.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a deputada estadual Renata Souza (Psol) acionou o Ministério Público nesta segunda-feira (17), solicitando investigação sobre uma possível interferência do governador Cláudio Castro (PL) na divulgação da estimativa de público. Já o deputado estadual Yuri Moura (Psol) pediu esclarecimentos diretamente à Polícia Militar fluminense sobre a metodologia utilizada para chegar ao número divulgado.
A publicação da PMERJ nas redes sociais gerou reações imediatas, especialmente porque usuários resgataram uma postagem anterior da própria corporação afirmando que não realiza estimativas de público em eventos. “Podem dizer como vocês chegaram aos 400 mil de ontem se vocês não fazem estimativa de público?”, questionou uma internauta.
Pelas redes, Renata Souza cobrou diretamente o governador. “O Ministério Público recebeu a nossa representação para apurar o uso da PMERJ para divulgar dados inconsistentes do ato de Bolsonaro. Explica essa, governador Cláudio Castro”, escreveu no X (antigo Twitter).
Yuri Moura, por sua vez, reforçou a necessidade de isenção da corporação: “A instituição precisa ser preservada e os trabalhadores da segurança pública respeitados. PMERJ não é um instrumento político! Qual a finalidade do post? Qual a metodologia utilizada na contagem?”, questionou em seu perfil no Instagram. O parlamentar afirmou, ainda, que pretende convocar o secretário da Polícia Militar do Rio, coronel Marcelo de Menezes Nogueira Carioca, para prestar esclarecimentos na Alerj.
O ato convocado por Bolsonaro e pelo pastor-empresário Silas Malafaia teve como pauta a defesa da anistia para os envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidas e depredadas por manifestantes bolsonaristas e de extrema direita.
Durante a manifestação, houve ataques ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No domingo, o número divulgado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, subordinada ao governador Cláudio Castro, de que cerca de 400 mil bolsonaristas participaram do ato pró-anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, gerou estranheza entre diversos observadores. A cifra contrasta fortemente com a estimativa da Universidade de São Paulo (USP), que apontou a presença de aproximadamente 18 mil pessoas no evento.
A discrepância entre os dados levantou questionamentos sobre a isenção das informações divulgadas. O gabinete de Castro negou qualquer interferência na divulgação dos números.
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