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    Promessa da privatização da Sabesp, desconto na tarifa residencial da conta de água será de apenas R$ 0,76

    A redução será maior para as chamadas tarifas social e vulnerável. No entanto, a companhia já promete rever os benefícios em 2026

    Tarcísio de Freitas e Sabesp (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli | Divuglação/Sabesp)

    247 - A entrega da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) à iniciativa privada, concluída nesta segunda-feira (22) pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), resultou na redução da tarifa em R$ 0,76, excluindo impostos, para os consumidores residenciais em São Paulo. O desconto entrou em vigor na terça-feira (23), após o leilão que entregou a empresa ao capital financeiro, mas deverá ser revisto a partir de 2026.

    A redução no valor da tarifa, segundo a Folha de S. Paulo, alcança  principalmente a faixa de consumo de 0 a 10 metros cúbicos, que corresponde a metade dos 8,86 milhões de usuários da Sabesp, segundo a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) de São Paulo. Para consumos superiores, a redução aplica-se apenas aos primeiros 10 metros cúbicos.

    Famílias cadastradas no CadÚnico em situação de pobreza ou extrema pobreza, que têm direito às tarifas social e vulnerável, verão reduções maiores, cerca de 10%. A tarifa social passará de R$ 23,92 para R$ 21,52, enquanto a tarifa vulnerável será reduzida de R$ 18,24 para R$ 16,42, ambas para a faixa de 0 a 10 metros cúbicos.

    O custo fixo para residências e categorias comerciais e industriais, com descontos de 1% e 0,5%, respectivamente, será ajustado para R$ 75,92 e R$ 153,20. Natália Resende, secretária de Infraestrutura de São Paulo, mencionou que essas tarifas serão revisadas em 2026, podendo ser mantidas ou ajustadas conforme os investimentos da companhia. Um limite de crescimento de 18% será aplicado às tarifas até 2026, com possibilidade de subsídios pelo governo de São Paulo. 

    A privatização da Sabesp foi concluída com a Equatorial Energia adquirindo 15% das ações e tornando-se a acionista de referência, após a oferta secundária de ações na B3, Bolsa de Valores de São Paulo. O governo de São Paulo reduziu sua participação de 50,3% para 18%, arrecadando R$ 14,77 bilhões. O governador Tarcísio de Freitas afirmou que os recursos apoiarão investimentos em projetos como as extensões das linhas 4-Amarela e 5-Lilás do metrô.

    A privatização resultou em uma perda de pelo menos R$ 4,5 bilhões aos cofres estaduais, quase um terço dos R$ 14,8 bilhões arrecadados com o leilão. As ações da Sabesp foram vendidas a R$ 67 cada, valor 18,3% abaixo dos R$ 87, preço de fechamento na Bolsa de Valores no último dia 18. 

    O pequeno desconto na tarifa foi qualificado pelo deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) como um "escárnio". "Escândalo! Para entregar a Sabesp a preço de banana, numa venda para lá de mal contada, Tarcísio e Nunes prometeram redução de tarifa. Sabe de quanto? 76 centavos! É um escárnio! E o pior é que já ameaçam aumentar a conta de água em 2026. Um verdadeiro crime contra o povo!", escreveu o parlamentar no X, antigo Twitter. 

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