São Paulo: homem morre a tiros após ser levado em viatura da Rota
Segundo testemunha, o homem encontrado morto em um imóvel foi abordado momentos antes por policiais e colocado dentro de uma viatura
247 - Uma abordagem policial realizada por integrantes das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo, resultou na morte de Guilherme Ferreira Napoleão, 32, na noite de quinta-feira (5), em Sapopemba, zona leste de São Paulo. Segundo o Metrópoles, a versão apresentada pelos policiais à Polícia Civil foi imediatamente questionada por testemunhas que presenciaram a ação.
Os policiais alegaram ter sido recebidos a tiros por Guilherme durante uma suposta incursão contra o tráfico de drogas. Contudo, o boletim de ocorrência aponta que nenhuma arma de fogo foi apreendida ou apresentada como prova. Outro elemento agravante é que as câmeras corporais dos PMs estavam descarregadas, inviabilizando qualquer registro audiovisual da operação.
Versões conflitantes e suspeitas - Testemunhas ouvidas sob anonimato relataram que Guilherme e um conhecido identificado como Gustavo Silva foram abordados pela Rota nas proximidades de uma adega de bebidas. Ambos foram colocados em viaturas separadas e conduzidos pela região. “Eles [PMs] abordaram o Guilherme na rua, junto com o Gustavo. Não vou mentir, eles estavam vendendo droga, mas um crime não justifica outro. O Guilherme tinha começado há pouco tempo nessa vida errada”, contou uma testemunha.
Enquanto Gustavo foi levado ao 69º Distrito Policial (Teotônio Vilela), o carro que transportava Guilherme continuou circulando pela área. Momentos depois, ele foi encontrado morto em um imóvel desabitado na comunidade local. O laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) aponta hemorragia aguda causada por projéteis de arma de fogo como a causa da morte.
Relato confuso da polícia - Na delegacia, os policiais relataram que Gustavo teria confessado envolvimento com o tráfico e informado a existência de drogas e de “um indivíduo armado” dentro de um imóvel próximo. Segundo os PMs, ao tentarem invadir o local, teriam sido recebidos a tiros e revidaram, matando Guilherme. A suposta arma usada por ele, uma pistola calibre 765, mencionada pelos policiais, nunca foi localizada nem apresentada à Polícia Civil.
Gustavo foi preso e indiciado por tráfico de drogas. A defesa dele ainda não foi localizada.
Respostas oficiais - A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que o caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e por um inquérito policial militar. Sobre as câmeras descarregadas, a SSP declarou que 12 mil novos dispositivos serão incorporados ao arsenal da PM para evitar problemas semelhantes.
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