Depois da tragédia, prefeito de Porto Alegre admite necessidade de trocar portões que falharam na contenção das cheias

247 - Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), afirmou que pretende trocar todos os portões que fazem parte do sistema de contenção de cheias da cidade. O sistema já apresentava falhas antes mesmo das enchentes e sofreu com a falta de manutenção nas últimas administrações da capital gaúcha.

“Primeiro, vou ter de trocar todos os portões de contenção do Muro da Mauá. Segundo um laudo profundo sobre a questão do Muro da Mauá, é necessário avaliar a extensão do estrago”, afirmou Melo.

Segundo o engenheiro Augusto Damiani, ex-diretor-geral do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) e do Departamento Municipal de Água e Esgotos de Porto Alegre (Dmae), a operação de vedação não foi feita da maneira adequada. “Tem uma comporta que faz seis anos que tem um processo administrativo para arrumá-la”, disse em entrevista à TV 247.

O prefeito também falou sobre as casas de bombas que compõem o sistema anti-cheias de Porto Alegre. Quando as águas do Guaíba avançaram sobre os bairros, apenas quatro das 23 Estações de Bombeamento de Águas Pluviais (EBAPs) estavam funcionando. “Todas as casas de bombas foram construídas em uma cota de enchente que não era essa. Tem o quadro elétrico em cima. A água bate no quadro elétrico. Ela colapsou”, disse Sebastião Melo. Entretanto, quando foi construído, o sistema foi criado para suportar até 6 metros de elevação das águas.

Por fim, Melo afirmou que Porto Alegre não foi a única cidade em que houve falhas no combate aos efeitos das cheias dos rios. “Houve falha em todo o Rio Grande. A quantidade de água que chegou. Porto Alegre foi duplamente atingida”, alegou o prefeito.