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    Desembargador disse não saber que filho tinha negócios com Moro

    O filho de Marcelo Malucelli namora a filha mais velha do ex-juiz suspeito, e é sócio dela, do senador e de Rosangela Moro num escritório de advocacia

    Marcelo Malucelli (Foto: TRF-4/Reprodução)

    Por Conjur - O desembargador Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, disse à Corregedoria Nacional de Justiça que não sabia da sociedade entre o seu filho, o advogado João Malucelli, e o ex-juiz da “lava jato” e atual senador Sergio Moro (União Brasil).

    As declarações foram prestadas em depoimento de 1º de junho de 2023, cujas gravações foram disponibilizadas esta semana pelo Conselho Nacional de Justiça.

    “Fui pego de surpresa (…). É engraçado contar porque minha esposa, nervosa, disse em casa: ‘Inclusive, estão dizendo que você é sócio do Moro e não sei o quê. Que absurdo’. E ele (João, o filho) falou assim: ‘É, mas eu sou. Eu faço parte. Meu nome tá lá’ (…). Foi aquela surpresa geral em casa. Eu não sabia. Mas isso aí jamais interferiria nos meus julgamentos”.

    O filho do desembargador namora a filha mais velha de Moro e é sócio dela, do senador e da deputada federal Rosangela Moro (União Brasil) no escritório Wolff & Moro Sociedade de Advogados.

    A sociedade entre o filho do magistrado e o senador foi revelada em representações movidas contra o desembargador pelo advogado Rodrigo Tacla Duran e o senador Renan Calheiros (MDB).

    A Corregedoria do CNJ apura se Malucelli atuou para restabelecer uma ordem de prisão contra Tacla Duran, que atualmente vive na Espanha, apesar da determinação do Supremo Tribunal Federal para que caso ficasse restrito ao tribunal superior.

    Na época, a decisão sobre a ordem de prisão chegou a ser publicada no site do TRF-4, mas depois foi retirada do ar.

    “Não controlo os romances dos meus filhos, nem suas escolhas políticas ou profissionais (…). Eu sequer tive, durante toda minha vida, vida social com Sergio Moro. Só o conhecia do trato profissional, dentro do trabalho (…). Nunca tive convivência social”, disse em outro trecho do depoimento prestado ao juiz auxiliar Otávio Port.

    Apesar de afirmar que desconhecia a ligação entre o próprio filho e a família Moro, o desembargador se afastou dos casos da “lava jato” depois que a sociedade foi revelada.

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