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    Disputa na OEA: Caribe se organiza e Paraguai busca apoio de Lula e Trump para novo secretário-geral

    Com apoio de Donald Trump e do Mercosul, o Paraguai busca superar articulação de México, Colômbia e Caribe na sucessão de Luis Almagro

    Sede da OEA em Washington (Foto: REUTERS/Kylie Madry)
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    247 - Com a saída do uruguaio Luis Almagro da secretaria-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) em maio de 2025, o cenário político regional se intensifica na busca por consensos para a sucessão. A eleição, marcada para 10 de março, é vista como um marco para redefinir os rumos da organização. Segundo a Sputnik Brasil, enquanto México e Colômbia articulam uma candidatura progressista e os países do Caribe apostam no chanceler Albert Ramdin, o Paraguai investe em uma estratégia diplomática agressiva liderada pelo presidente Santiago Peña e seu chanceler Rubén Ramírez Lezcano.

    Em coletiva recente, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, destacou a intenção de impulsionar uma candidatura feminina e progressista, em parceria com Gustavo Petro, presidente da Colômbia. Segundo Sheinbaum, a proposta visa apresentar uma “visão distinta da atual”, marcando uma ruptura com a gestão de Almagro. No entanto, duas candidaturas já estão oficialmente em jogo: Ramdin, apoiado por 14 países caribenhos, e Ramírez Lezcano, representante do Paraguai.

    Analistas apontam que Peña aposta no momento político favorável à centro-direita na América Latina e na diplomacia direta para angariar apoios decisivos. Segundo o analista Mario Paz Castaing, o Paraguai busca fortalecer sua posição com alianças regionais estratégicas, incluindo o Brasil e os países do Mercosul. A recente eleição do jurista paraguaio Diego Moreno como juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos foi vista como um sinal de avanço diplomático para o país.

    Ainda segundo a reportagem, a relação estreita de Peña com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria garantido o voto brasileiro. A Argentina também manifestou publicamente apoio à candidatura paraguaia. Entretanto, o apoio de Donald Trump, que retornou à presidência dos Estados Unidos, é considerado a peça-chave. Ramírez Lezcano já reuniu-se com Trump em Mar-a-Lago e intensificou diálogos com figuras importantes da futura administração norte-americana, como Marco Rubio, próximo secretário de Estado, e Christopher Landau, indicado como subsecretário.

    Apesar do avanço paraguaio, a candidatura de Albert Ramdin possui peso significativo devido à estrutura de votação da OEA, onde cada país tem direito a um voto. Os 14 membros caribenhos garantem uma base sólida de apoio ao chanceler de Suriname. Para vencer, o Paraguai precisa assegurar pelo menos 17 votos, o que exige conquistar apoios além do Mercosul e dos Estados Unidos.

    A disputa se mostra ainda mais acirrada pela falta de apoio do México e da Colômbia ao Paraguai. Ambos os países são influentes na região e atuam para consolidar uma candidatura com viés progressista, aumentando a fragmentação no bloco latino-americano.

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