Divergências internas impedem posicionamento do Mercosul sobre tarifaço de Trump
Bloco sul-americano, sob a presidência argentina de Javier Milei, evita resposta e tenta buscar aproximação comercial com os EUA
247 - A recente imposição do tarifaço internacional pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não recebeu, até o momento, uma resposta oficial conjunta do Mercosul, atualmente sob a presidência da Argentina, liderada por Javier Milei.
Essa ausência de posicionamento contrasta com as reações de outros blocos econômicos, como a União Europeia, que adotou medidas retaliatórias em resposta às políticas comerciais norte-americanas.
Europa retaliou, porém voltou atrás
A União Europeia anunciou tarifas alfandegárias de 25% sobre US$ 26 bilhões em importações de produtos dos Estados Unidos, em retaliação às tarifas impostas por Trump sobre o aço e o alumínio europeus.
Contudo, após o presidente norte-americano anunciar uma pausa de 90 dias nas novas tarifas, a UE decidiu suspender temporariamente suas contramedidas para dar espaço às negociações. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que essa decisão é um passo significativo para a estabilização da economia global.
A Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), por sua vez, expressou "profunda preocupação" com as tarifas unilaterais impostas pelos Estados Unidos, alertando que essa estratégia pode comprometer a estabilidade econômica global e prejudicar as cadeias de suprimento internacionais. O bloco enfatizou a necessidade de diálogo construtivo e ressaltou seu compromisso com um sistema de comércio multilateral baseado em regras.
Reações dos países sul-americanos
Embora o Mercosul não tenha emitido uma declaração conjunta, os países membros manifestaram-se individualmente. O governo brasileiro, por meio da Secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, enfatizou a prioridade em negociações diplomáticas com os EUA para resolver a questão das tarifas. Embora não descarte a possibilidade de retaliação, o Brasil busca o diálogo, considerando a importância dos EUA como seu segundo maior parceiro comercial.
Por outro lado, o presidente argentino, Javier Milei, expressou interesse em negociar um acordo de livre comércio com os Estados Unidos. O chefe de Estado defende a flexibilização das regras do bloco para permitir negociações bilaterais, argumentando que isso poderia trazer benefícios econômicos significativos para seu país. Milei indicou que, se necessário, a Argentina poderia buscar um acordo bilateral com os EUA de forma independente, caso não haja consenso dentro do Mercosul.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: