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    Advogadas se reuniram com secretário da Receita após encontro secreto que orientou interferência para blindar Flávio Bolsonaro

    Gravação revela que Bolsonaro se dispôs a falar com os chefes da Receita e do Serpro para tentar anular as investigações de "rachadinha" contra seu filho

    Flávio Bolsonaro (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

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    247 - As advogadas do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se reuniram com o então secretário da Receita Federal, José Tostes, no dia seguinte à reunião em que foram gravadas discutindo em reunião com a presença de Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem, que era diretor da Abin e que gravou secretamente a reunião e o General Heleno, da GSI. O áudio foi divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (15).

    Segundo a Polícia Federal (PF), a reunião ocorreu no dia 25 de agosto de 2020. Os registros de entrada do Palácio do Planalto, obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação pelo G1, apontam que as advogadas Luciana Pires e Juliana Bierrenbach entraram no prédio às 18h42 e deixaram o palácio às 19h56. A agenda oficial de Bolsonaro não registra o encontro.

    Uma das linhas de investigação da Polícia Federal é de que o entorno de Bolsonaro buscava quem dentro da Receita estava fazendo a investigação, para, posteriormente, tirar a pessoa do processo e isso de fato ocorreu: o servidor Christiano Paes Leme Botelho, um dos alvos monitorados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) paralela, foi afastado do cargo meses após a reunião gravada.

    Saiba mais - Uma gravação de agosto de 2020 revela que Jair Bolsonaro se dispôs a falar com os chefes da Receita Federal e do Serpro para tentar anular as investigações de "rachadinha" contra seu filho, Flávio Bolsonaro. O ministro do STF Alexandre de Moraes retirou o sigilo do áudio, possivelmente gravado pelo ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem. Participaram da reunião Bolsonaro, Ramagem, o então ministro-chefe do GSI, general Augusto Heleno, e as advogadas de Flávio, Luciana Pires e Juliana Bierrenbach.

    No encontro, as advogadas sugeriram que os dados fiscais de Flávio foram acessados ilegalmente e pediram uma investigação especial do Serpro para comprovar a ilegalidade das investigações. Bolsonaro mencionou conversar com Gustavo Canuto, que assumira a presidência do Dataprev, confundindo possivelmente o Serpro com o Dataprev. Além disso, afirmou que falaria com o então secretário da Receita, José Barroso Tostes Neto, sobre a apuração dos dados fiscais. A gravação mostra que a Receita mobilizou uma equipe para investigar a alegação de Flávio, mas concluiu pela improcedência das teses.

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