Entorno de Heleno descarta prisão preventiva do general, indiciado pela PF por participação na tentativa de golpe
Aliados de Heleno destacam que, diferentemente de Braga Netto, o general submergiu desde que começaram as investigações da PF
247 - A prisão do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice de Jair Bolsonaro (PL), elevou a tensão entre os aliados do general da reserva Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Ambos foram indiciados pela Polícia Federal no inquérito sobre uma tentativa de golpe de Estado.
Apesar das evidências contra Heleno reunidas no relatório final da PF, aliados descartam a possibilidade de uma prisão preventiva, relata Bela Megale, do jornal O Globo. Desde o início das investigações, o ex-ministro tem mantido um perfil discreto, evitando declarações públicas e movimentos que possam complicá-lo juridicamente. Em contraste, Braga Netto teria tentado acessar informações privilegiadas sobre a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, o que pode ter contribuído para sua prisão.
Estratégia de defesa - Segundo fontes próximas a Heleno, sua linha de defesa se baseia na alegação de que ele foi isolado no governo a partir de 2021, quando o Centrão passou a dominar a gestão. O episódio da paródia “se gritar pega Centrão, não fica um, meu irmão” teria gerado desconforto político e enfraquecido sua influência no Palácio do Planalto.
Ainda assim, o relatório da Polícia Federal é contundente ao apontar que Heleno teria participado ativamente de planos para desacreditar o sistema eleitoral e minar instituições democráticas. Documentos atribuídos ao general incluem anotações manuscritas detalhando estratégias para desobedecer decisões judiciais e atacar a integridade das urnas eletrônicas.
Cenário jurídico e incertezas - Embora uma prisão preventiva seja considerada improvável por seus aliados, a possibilidade de denúncia pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e eventual condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) permanece significativa. O fator idade – Heleno tem 77 anos – pode influenciar o tipo de regime de cumprimento de pena, caso seja condenado.
Outro elemento crítico destacado pela investigação é a menção a um suposto “gabinete de gestão de crise”, que seria liderado por Heleno e Braga Netto caso o ministro do STF Alexandre de Moraes fosse preso ou assassinado. Essa referência fortalece a tese de conspiração contra a democracia.
A estratégia de silêncio e o distanciamento público podem ser cruciais para adiar a possível prisão de Heleno. No entanto, o peso das provas apresentadas pela Polícia Federal e a gravidade das acusações mantêm o futuro do general incerto, enquanto as investigações continuam avançando.
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