Funcionários da Eletrobras alertaram sobre riscos ao sistema elétrico diante de demissões em massa
“O que estamos vendo atualmente é uma situação de desespero”, afirmou um trabalhador da área de manutenção da Eletronorte
247 – A Eletrobras enfrenta um cenário inédito após a privatização, com impasses na negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que define os direitos e benefícios dos funcionários. Os principais pontos de divergência entre as partes incluem a possibilidade de demissões em massa, a fragmentação da categoria e alterações nos planos de carreira e saúde dos trabalhadores.
A política de cortes de pessoal, que está em discussão no julgamento, ganhou destaque após a repercussão negativa dos recentes apagões da Enel, concessionária que opera na capital paulista. A empresa teria reduzido o quadro de funcionários em 51,55% nos últimos cinco anos, conforme um documento obtido pela CNN. O apagão que atingiu a cidade de São Paulo e a região metropolitana no final da semana passada, após fortes chuvas, deixou 3,1 milhões de imóveis sem energia.
Em maio de 2023, durante uma Audiência Pública no Congresso Nacional, funcionários da Eletrobras já alertavam sobre os impactos potenciais de uma demissão em massa e o desinvestimento no setor.
“O que estamos vendo atualmente é uma situação de desespero”, afirmou um trabalhador da área de manutenção da Eletronorte. “Não tem gente para trabalhar, para fazer a manutenção. O sistema elétrico funciona com muita pouca gente, se tirar todos os trabalhadores ele continua funcionando, as turbinas continuam girando, as linhas de transmissão continuam transmitindo e os transformadores seguem trabalhando. O problema é de confiabilidade. O problema se dá em médio e longo prazo, porque a partir do momento que os funcionários não fazem a manutenção devida, a confiabilidade dos equipamentos [para fornecimento de energia] diminui”.
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