João Doria reconhece exageros contra Lula: "ninguém fica menor por pedir desculpas"
"Em alguns momentos na vida política eu fui agressivo em excesso. Não era preciso”, avalia o ex-governador
247 - Em entrevista publicada pela coluna de Guilherme Amado, no PlatôBR, o ex-prefeito e ex-governador de São Paulo João Doria afirmou que não pretende retornar à vida pública, fez um mea-culpa pelas críticas contundentes dirigidas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no passado e defendeu um novo momento de diálogo e pacificação no país. “Eu estou fora da política e não quero voltar para a política”, declarou.
Distante das disputas eleitorais desde que desistiu da candidatura à Presidência da República em 2022, após disputas internas no PSDB, Doria se reposiciona: de “João Trabalhador”, como era conhecido durante sua gestão na prefeitura da capital paulista, passou a se autodenominar “João Pacificador”. Em novembro de 2024, escreveu uma carta aberta ao presidente Lula, marcando essa mudança de tom, e reiterou o pedido de desculpas na entrevista: “acho que em alguns momentos na vida política e disputando campanhas, eu fui duro demais com algumas pessoas e agressivo em excesso. Não era preciso”, reconheceu. “Eu não tenho nenhuma dificuldade de reconhecer os meus erros e pedir desculpas por eles. Ninguém fica menor por pedir desculpas".
Ainda que mantenha divergências com Lula, Doria admite que ultrapassou os limites do embate civilizado: “eu tenho posições diferentes das do presidente Lula. Continuo mantendo as minhas convicções, mas acho que, em alguns momentos, eu passei de um limite onde eu poderia ter mantido as minhas convicções, mas mantido também a minha educação".
Doria também saiu em defesa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), criticando a postura de setores do próprio PT que, segundo ele, atacam injustamente o titular da Economia. “Fernando Haddad procurou ser correto no diálogo, no entendimento com o setor privado. Ele teve a capacidade de ouvir, de fazer uma auscultação para buscar os melhores caminhos para desenhar a política econômica deste governo. E foi atacado dentro do próprio partido do presidente Lula, o que é uma situação bizarra".
Sobre seu antigo partido, o PSDB, o empresário demonstrou desalento. Filiado à legenda por 22 anos, afirmou não manter contato com as atuais lideranças tucanas e teme pela dissolução do partido. “Eu fico triste. Só espero que não esqueçam a boa história do PSDB e as contribuições que o partido ofereceu à democracia e aos movimentos de defesa da Constituição e do comportamento republicano.”
Presidente do Lide, organização que articula lideranças do setor empresarial, Doria também comentou o impacto das políticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no comércio internacional. Segundo ele, o recente aumento de tarifas adotado por Trump gerou insegurança entre os industriais brasileiros. “Vamos ter um período complexo ao longo desses quatro anos de governo Trump. Sabia-se que não seria fácil, dada a experiência anterior com Donald Trump, mas não se imaginava que ele fosse ser tão tenso, tão agudo, adotando medidas extremamente drásticas e que mudam também com uma velocidade incomum, afetando a maior economia do mundo num nível estranho, com medidas mal formuladas e mal planejadas".
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