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    Maioria dos brasileiros vê isenção no IR como positiva e apoia taxação dos mais ricos, mostra AtlasIntel

    Pesquisa revela que 51,5% acreditam que medidas como isenção do IR e crédito consignado melhoram imagem do governo Lula; 72,4% veem redução da desigualdade

    Lula e Fernando Haddad (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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    247 - Uma pesquisa realizada pelo instituto AtlasIntel, divulgada com exclusividade neste sábado (22) pela CNN Brasil, indica que a maioria da população brasileira avalia positivamente as recentes medidas econômicas anunciadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre elas, destacam-se a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a criação do crédito consignado privado.

    Segundo o levantamento, 51,5% dos entrevistados afirmaram que essas ações passam uma imagem mais positiva ou muito mais positiva do governo Lula. Em contrapartida, 20,6% consideraram que as propostas transmitem uma imagem negativa ou muito negativa da gestão. Já 28% disseram que as medidas não alteram sua percepção sobre o governo.

    A proposta de isenção no IR, segundo o estudo, tem potencial significativo de impacto social. A maioria da população concorda com a estratégia do governo de elevar os tributos para os mais ricos como forma de compensar a perda de arrecadação. Quando questionados sobre essa compensação, 60,4% disseram apoiar a taxação de quem recebe mais de R$ 50 mil mensais, enquanto 39,1% defendem que o governo deveria adotar outras estratégias. Apenas 0,5% não souberam opinar.

    A pesquisa também mostra que 47,1% acreditam que o poder de compra da população vai “aumentar um pouco” com a nova medida, e outros 20,3% acham que vai “aumentar muito”. Por outro lado, 32,1% afirmam que não haverá mudanças ou que o poder de compra pode até diminuir. O restante, 0,6%, preferiu não responder.

    Um dado expressivo é o percentual dos que acreditam que a ampliação da isenção do IR contribui para a redução da desigualdade socioeconômica: 72,4% concordam com essa afirmação, enquanto 27,1% discordam e 0,5% não souberam responder.

    O estudo entrevistou 1.489 pessoas em todo o país entre os dias 18 e 20 de março. A margem de erro é de três pontos percentuais, com um nível de confiança de 95%.

    Em entrevista à CNN, o economista-chefe da AtlasIntel, Camilo Rabelo, destacou o alinhamento entre a percepção da população e os objetivos do governo. “Os resultados mostram relativo alinhamento da percepção popular com os objetivos do governo no que diz respeito à medida, tanto no sentido da redução das desigualdades quanto no do aumento do poder de compra”.

    Rabelo também contextualizou o cenário político atual, lembrando que, desde novembro de 2024, o governo Lula 3 enfrenta uma curva descendente de aprovação. “A proposta de isenção aparece, portanto, como um potencial elemento que poderá contribuir para uma melhora na aprovação do governo, e logo, vale observar como esta aprovação evoluirá nos próximos meses”, disse.

    Apesar do apoio majoritário, o economista observa que há elementos de polarização em torno do tema. Segundo ele, “a medida deverá impactar mais de 10 milhões de brasileiros e deveria gerar, em contrapartida, uma perda de arrecadação de aproximadamente R$ 26 bilhões anuais”. Para equilibrar o impacto fiscal, o governo propôs elevar a carga tributária sobre os mais ricos.

    “Na percepção de aproximadamente 60% dos brasileiros, o governo está correto em taxar os mais ricos, enquanto outros 39% acreditam que o governo deveria, pelo contrário, priorizar outras estratégias para compensar a isenção”, analisou Rabelo. “As porcentagens indicadas aqui apontam para uma maior polarização quanto à questão da melhor forma de neutralizar o impacto fiscal da medida”.

    Outro ponto de divergência revelado pela pesquisa diz respeito ao papel do Congresso na tramitação do projeto. “De fato, a proposta passará agora por análise no Congresso, antes de ser aprovada, e poderá sofrer alterações. Para 45% dos brasileiros, essas eventuais alterações irão piorar a medida, enquanto outros 43% creem que ele irá melhorá-la”, avaliou.

    Ele chamou atenção para a incerteza de parte da população diante do tema. “Existe uma desconfiança na capacidade dos parlamentares de melhorar a medida, possivelmente por receio de distorções políticas. Mas também há uma parcela significativa que vê possibilidade de ajustes positivos. Ademais, outros 12% da população não souberam responder, valor muito mais alto que para as outras perguntas, sugerindo que existe uma percentagem não negligenciável da população para qual o tema ainda não é totalmente compreendido”, concluiu.

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