Os dois erros fatais de Braga Netto que levaram à sua prisão
General é acusado de financiar tentativa de golpe e tentar interferir em delação premiada, aponta decisão de Alexandre de Moraes
247 – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou neste sábado (14) a prisão do general da reserva Walter Braga Netto, apontando duas ações cruciais que levaram à sua detenção: o financiamento de uma tentativa de golpe de Estado e a tentativa de obstruir as investigações relacionadas à delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. A decisão foi embasada em evidências apresentadas pela Polícia Federal e no depoimento de Mauro Cid, que colaborou para esclarecer o esquema.
O primeiro erro atribuído a Braga Netto foi o financiamento direto da tentativa de golpe. Em seu depoimento mais recente, ocorrido em 21 de novembro, Mauro Cid revelou que o general repassou recursos essenciais para a operação que previa o sequestro e a morte do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. “O general entregou diretamente ao então Major Rafael de Oliveira dinheiro em uma sacola de vinho, destinado ao financiamento das despesas necessárias à realização do plano golpista”, afirmou Cid em sua delação.
O segundo erro foi a tentativa de interferir nas investigações. Moraes destacou que Braga Netto buscou obter informações sobre o conteúdo da delação de Mauro Cid por meio de contatos com o pai do colaborador, Mauro César Lourena Cid. Perícias realizadas em celulares apreendidos comprovaram uma “intensa troca de mensagens” entre Braga Netto e Mauro César, com o objetivo de acessar informações privilegiadas e alinhar versões entre os investigados. Segundo Moraes, a atuação do general tinha o objetivo de “controlar as informações fornecidas, alterar a realidade dos fatos apurados e consolidar o alinhamento de versões entre os envolvidos”.
A prisão de Braga Netto vinha sendo considerada inevitável, já que ele era mencionado em várias etapas da investigação. Um dos episódios mais comprometedores ocorreu em seu próprio apartamento, em Brasília, onde, segundo a Polícia Federal, uma reunião decisiva para o planejamento do golpe foi realizada. Moraes justificou a prisão apontando o caráter doloso das ações do general, que buscavam inviabilizar o esclarecimento completo dos fatos.
Com a detenção de Braga Netto, as investigações avançam em um cenário que revela o envolvimento de altos membros das Forças Armadas em ações golpistas. A decisão de Moraes reforça o compromisso do STF em defender o Estado Democrático de Direito e punir aqueles que tentaram subvertê-lo.
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