PGR foi contra prisão de agentes da Abin Paralela

247 - O procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi contrário à prisão dos envolvidos na "Abin Paralela", determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (11). As prisões foram solicitadas pela Polícia Federal (PF). 

Em manifestação, assinada na segunda-feira (8) e enviada ao STF, o PGR afirma que não existem "fatos novos ou contemporâneos" que justificariam a prisão preventiva dos investigados, segundo o portal UOL. 

Moraes, por sua vez, citou a "gravidade diferenciada" dos crimes investigados. Segndo o magistrado, os alvos "possuem dados e variados contatos obtidos de forma ilícita" no período em que estiveram na Abin.

Os alvos da quarta fase da Operação Última Milha, deflagrada nesta quinta-feira, são: Mateus Sposito, ex-assessor do Ministério das Comunicações no governo Bolsonaro; Richards Pozzer, empresário que divulgava notícias falsas em suas redes sociais; Marcelo Bormevet, policial federal que trabalhava na Abin sob Ramagem; Giancarlo Gomes Rodrigues, militar que também trabalhava na Abin; e o influenciador Rogério Beraldo de Almeida. Até o momento, apenas Almeida não foi preso. 

A operação mira o  esquema ilegal de espionagem no governo de Jair Bolsonaro. Segundo a PF, a organização criminosa  monitorava ilegalmente autoridades públicas, além de produzir notícias falsas, utilizando-se de sistemas da Abin.

A investigação da PF já identificou, entre outras, o monitoramento ilegal das seguinte pessoas: 

• os ministros do STF Alexandre de Moraes,  Dias Toffoli, Luis Roberto Barroso e Luiz Fux;
• os deputados Arthur Lira, Rodrigo Maia (então presidente da Câmara), Kim Kataguiri e Joice Hasselmann;
• os senadores Alessandro Vieira, Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues;
• o ex-governador de São Paulo João Doria;
• os jornalistas Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista.