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André Esteves diz a Reinaldo Azevedo que não é a fonte de Malu Gaspar e que não pretende minar Alexandre de Moraes

Banqueiro reage a rumores nas redes, nega vazamento ligado ao Banco Master e rejeita qualquer interesse em derrubar ministro do STF

André Esteves, sócio do BTG Pactual (Foto: Divulgação)

247 – O banqueiro André Esteves, controlador do BTG Pactual, respondeu diretamente ao jornalista Reinaldo Azevedo e negou ser a fonte da colunista Malu Gaspar, além de rejeitar a ideia de que tenha qualquer intenção de minar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O diálogo, publicado em coluna do UOL, surge em meio a uma onda de especulações nas redes sociais que tenta atribuir ao banqueiro o suposto vazamento de informações relacionadas a um contrato entre o Banco Master e o escritório Barci de Moraes.

O trecho mais relevante do texto é justamente a conversa em “on”, isto é, pública e identificada, que Azevedo decidiu provocar para evitar que o episódio fosse consumido apenas como rumor ou acusação sem lastro material. O colunista afirma ter feito a pergunta a Esteves exatamente porque as redes estão “coalhadas” de comentários que o apontam como responsável pelo vazamento — algo que ele nega.

O diálogo em destaque

Azevedo relata que deixou explícito o que queria saber e que sua pergunta era direta:

Reinaldo Azevedo perguntou a André Esteves:
“Você quer derrubar Moraes?”

A resposta do banqueiro veio de forma igualmente frontal, com uma negativa que busca desmontar a versão alimentada nas redes: 

André Esteves respondeu:
“Reinaldo, por que eu faria isso? Com que propósito? O que eu ganharia tentando derrubar um ministro do Supremo? Em que isso tudo poderia ser útil para mim, para as instituições, para o Brasil?”

O contexto do rumor e o alvo no STF

Azevedo explica que decidiu perguntar a Esteves porque, segundo ele, a tentativa de transformar o caso em arma política tem um objetivo mais amplo: atacar ministros do Supremo, num primeiro momento Alexandre de Moraes. Para o colunista, é “espantoso” que se tente usar episódios ainda sem prova material para sustentar campanhas destinadas a derrubar integrantes do STF.

O jornalista também critica o que considera um desvio perigoso no jornalismo e nas redes: sem prova objetiva de crime, com os envolvidos negando a prática, cobra-se do acusado que se defenda de acusações lançadas por fontes anônimas. Azevedo descreve esse método como uma espécie de tribunal informal, em que a repetição de versões vira condenação pública.

Azevedo compara o ambiente ao método da Lava Jato

Ao reforçar essa crítica, o colunista lembra que o Brasil já viu esse tipo de linchamento, especialmente no período da Lava Jato. Azevedo afirma que Esteves foi um dos alvos daquela operação em uma acusação sem provas e que ele próprio apontou, na época, o “aluvião surrealista” que atingiu o banqueiro, antes mesmo de o STF reconhecer sua inocência.

Ele faz questão de dizer que não é amigo pessoal de Esteves, embora conversem esporadicamente, e ressalta que não integra “pelotões de fuzilamento”, nem se associa a campanhas de linchamento, seja contra Esteves, seja contra qualquer outro.

A crítica ao “linchamento” e à lógica do “suprapoder”

Azevedo argumenta que há quem pense que derrubar ministro do Supremo, mesmo sem provas, fortaleceria a democracia. Ele discorda. Para ele, esse tipo de operação enfraquece o Estado de Direito. Da mesma forma, sustentar acusações graves amparadas por fontes anônimas, sem materialidade, não fortalece o jornalismo, mas o fragiliza.

O colunista afirma que, se o Supremo não pode ser um “suprapoder”, acima de regras, a imprensa e as redes que acusam também não podem agir como instância absoluta de condenação.

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