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      Banco do BRICS: como o Novo Banco de Desenvolvimento impulsiona economias emergentes

      Instituição financeira criada pelo bloco oferece alternativa ao sistema tradicional e já investiu bilhões em projetos sustentáveis e de infraestrutura

      Dilma Rousseff (Foto: Reprodução/X/@dilmabr)
      Camila França avatar
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      247 - O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como Banco do BRICS, tem se consolidado como uma força transformadora no cenário financeiro global. Criado em 2014 durante a 6ª Cúpula do BRICS, em Fortaleza, o banco surgiu como uma resposta às fragilidades expostas pela crise financeira de 2008, aumento de críticas às instituições tradicionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial e à necessidade de maior representatividade dos países em desenvolvimento no sistema econômico mundial.

      Com sede em Xangai, na China, o NDB já aprovou mais de US$ 32,8 bilhões em financiamentos para projetos de infraestrutura e sustentabilidade em países como Brasil, Índia, África do Sul, Bangladesh e Egito, segundo dados oficiais.

      A instituição foi fundada pelos cinco membros originais do BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — com o objetivo de oferecer uma alternativa às tradicionais instituições multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. Diferentemente dessas organizações, o NDB não impõe condicionalidades rígidas aos empréstimos, focando em projetos que promovam o desenvolvimento sustentável e a inclusão social.

      Impacto global e projetos estratégicos

      Desde o início de suas operações em 2016, o NDB tem financiado iniciativas que vão desde a expansão de redes de energia renovável na Índia até o fortalecimento de sistemas de abastecimento de água no nordeste brasileiro. No Brasil, o banco já destinou cerca de US$ 5,2 bilhões para 31 projetos, incluindo investimentos em usinas solares e eólicas, que ampliam a segurança energética nacional e posicionam o país como líder potencial na transição para uma economia de baixo carbono.

      “A criação deste banco demonstra que a união entre países emergentes tem o potencial de promover mudanças sociais e econômicas significativas para o mundo. Nosso objetivo não é sermos melhores do que ninguém, mas garantir oportunidades para expandirmos nossas potencialidades e oferecer dignidade, cidadania e qualidade de vida aos nossos povos”, declarou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a posse da ex-presidenta Dilma Rousseff à frente do NDB, em março de 2023.

      Governança e influência política

      Desde março de 2023, o comando do banco está sob liderança da ex-presidenta do Brasil Dilma Rousseff, indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A governança do NDB é baseada em um Conselho de Governadores, um Conselho de Diretores e uma equipe executiva liderada por um presidente e quatro vice-presidentes, garantindo uma administração rotativa entre os países fundadores.

      Durante a cerimônia de posse de Dilma, Lula destacou a importância do banco como ferramenta para reduzir desigualdades entre países desenvolvidos e emergentes. "A criação deste banco demonstra que a união entre países emergentes tem o potencial de promover mudanças sociais e econômicas significativas para o mundo. Nosso objetivo não é sermos melhores do que ninguém, mas garantir oportunidades para expandirmos nossas potencialidades e oferecer dignidade, cidadania e qualidade de vida aos nossos povos", declarou o presidente brasileiro.

      Expansão e desafios

      O NDB tem buscado ampliar sua base de membros e aumentar sua influência global. Recentemente, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia aderiram ao banco, fortalece o bloco na disputa por uma nova ordem econômica global. O grupo já representa 41% da população mundial e 37% do PIB global em paridade de poder de compra, segundo o professor Evandro Menezes de Carvalho, da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ). "O BRICS se posiciona como um agente reformador da governança global, defendendo maior representatividade dos países emergentes nas decisões internacionais. Essa demanda está presente em todas as declarações das cúpulas do grupo", afirma o especialista.

      No entanto, o banco enfrenta desafios, como a necessidade de consolidar sua estrutura e ampliar sua base de capital, hoje avaliada em US$ 100 bilhões. Para o professor Evandro Menezes de Carvalho, especialista em Direito Internacional da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ), o NDB é a principal iniciativa do BRICS e representa uma alternativa viável ao modelo financeiro tradicional.

      “O BRICS tem demonstrado sua relevância por meio de iniciativas significativas, incluindo a recente ampliação de membros plenos e associados. Desde sua origem, o grupo se posiciona como um agente reformador da governança global, buscando ampliar a participação dos países emergentes nos processos de tomada de decisão”, afirmou Carvalho.

      Futuro promissor

      Com uma agenda focada em financiamento verde, tecnologia sustentável e infraestrutura resiliente, o NDB está posicionado para desempenhar um papel crucial na transformação das economias emergentes. Projetos relacionados à transição energética, como investimentos em energia renovável, têm potencial para atrair mais de US$ 2 trilhões em aportes até 2030.

      Para o Brasil, o banco representa uma oportunidade valiosa de financiamento para projetos estratégicos, alavancando o crescimento econômico e promovendo soluções sustentáveis. Além disso, empresas brasileiras têm se beneficiado ao participar de licitações de projetos financiados pelo NDB, ampliando sua presença em mercados internacionais.

      O Novo Banco de Desenvolvimento não é apenas um instrumento financeiro, mas uma peça-chave na transição para uma ordem econômica multipolar, promovendo maior equilíbrio e inclusão no cenário global.

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