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    Beneficiários do Bolsa Família ocupam mais da metade das vagas de emprego criadas em 2024

    Número é visto pelo governo como prova de que as políticas para estimular a transição dos programas sociais para o mercado de trabalho estão funcionando

    (Foto: Lyon Santos/MDS)

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    247 - Em 2024, mais da metade dos empregos formais gerados no Brasil foi ocupada por beneficiários do Bolsa Família, destacando o impacto das novas políticas sociais no mercado de trabalho. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), 56,2% dos novos postos com carteira assinada de janeiro a julho foram preenchidos por pessoas que recebiam o benefício, um reflexo da integração de dados entre os ministérios do Trabalho e Desenvolvimento Social.

    Esse avanço é visto pelo governo como prova de que as políticas para estimular a transição dos programas sociais para o mercado de trabalho estão funcionando, informa o jornal O Globo. Especialistas apontam que, além do aumento dos valores do Bolsa Família, o tipo de emprego criado tem se concentrado em posições de baixa qualificação, especialmente no setor de serviços, com salários modestos. De acordo com o economista Daniel Duque, da Fundação Getulio Vargas (FGV), essa realidade pode explicar por que tantos beneficiários do programa estão conseguindo entrar no mercado formal.

    O governo Lula (PT) implementou mudanças importantes no programa, como o aumento do limite de renda para que os beneficiários mantenham o auxílio mesmo após conseguirem um emprego. Com isso, famílias cuja renda per capita vai de R$ 218 até meio salário mínimo (R$ 706) podem continuar recebendo metade do valor do benefício por até dois anos. Essa política, segundo o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), ajudou a reduzir o receio dos beneficiários de perderem o auxílio ao ingressar no mercado de trabalho.

    Além disso, o governo passou a fornecer dados do Cadastro Único a empresas interessadas em contratar beneficiários do Bolsa Família. Atualmente, mais de 40 empresas aderiram à iniciativa, que já promoveu a contratação de milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade.

    No entanto, mesmo com a criação de 1,5 milhão de vagas formais até julho e a queda da taxa de desemprego para 6,8%, o Brasil ainda enfrenta o desafio de reduzir a dependência dos programas sociais. Atualmente, cerca de 54 milhões de brasileiros adultos estão cadastrados no Cadastro Único, um número superior ao total de empregos formais no país, que era de 46,8 milhões em julho.

    Embora o mercado de trabalho apresente sinais de aquecimento, especialistas ressaltam que a qualidade dos empregos criados é um ponto de atenção. Muitos dos novos postos estão concentrados em setores que exigem pouca qualificação e oferecem salários baixos, o que limita o potencial de emancipação financeira dos beneficiários do Bolsa Família. 

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