Bolsas globais voltam a desabar após China retaliar tarifaço de Trump
Medidas unilaterais dos EUA levaram a China a elevar tarifas de produtos importados dos EUA em 34%, elevando a aversão ao risco por parte dos investidores
247 - As principais Bolsas de valores do mundo registraram forte queda nesta sexta-feira (4), dois dias após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado a aplicação de "tarifas recíprocas" sobre exportações de todos os países, o que elevou significativamente a tensão comercial internacional. As informações são da Exame.
No final desta sexta-feira, logo após o fechamento dos mercados asiáticos pelo horário local, o governo chinês divulgou sua retaliação: uma tarifa de 34% sobre os produtos norte-americanos, em uma estratégia de enfrentamento direto. Com isso, os investidores entraram em modo de aversão a risco, promovendo liquidações generalizadas de ações e derrubando os índices em diversos continentes.
Na Ásia, os pregões encerraram o segundo dia seguido em baixa. A Bolsa de Tóquio recuou 2,75%, puxada por quedas expressivas no setor automotivo — a Toyota perdeu mais de 4%, enquanto Nissan e Honda caíram mais de 5%. Em Seul, o índice recuou 0,86%, e em Sydney, a queda foi de 2,44%. Os mercados chineses não abriram devido a um feriado nacional.
As bolsas europeias também intensificaram as perdas após o anúncio de Pequim. Em Frankfurt, na Alemanha, o índice caiu 4,76%, enquanto a Bolsa de Milão, na Itália, despencou 6,85%. Paris perdeu 4,11%, Londres recuou 3,65% e Madri fechou com baixa de 5,80%.
Ainda de acordo com a reportagem, a instabilidade também afetou o mercado de petróleo, cujas cotações caíram bruscamente: o barril do tipo Brent recuava 5,24%, e o WTI (petróleo leve dos EUA) registrava queda ainda mais acentuada, de 6,62%. Em sentido oposto, o ouro voltou a subir, reforçando seu papel como ativo de proteção em momentos de crise. Nesta manhã, a onça-troy (31,1 gramas) era negociada a US$ 3.101, pouco abaixo do recorde histórico atingido na véspera.
A origem do colapso nos mercados foi o anúncio das novas tarifas americanas, que variam de país para país: vão de 10% a 54%, sendo este último percentual reservado à China — já submetida anteriormente a uma tarifa de 20%, à qual se somou agora os 34% da tarifa "recíproca".
Entre os demais países atingidos estão aliados históricos dos EUA: Japão (24%), Coreia do Sul (25%) e Taiwan (32%). Já os produtos originados da União Europeia passaram a ser taxados em 20%. O Vietnã foi atingido com um total de 46%. O Brasil foi sobretaxado em 10%.
O especialista em investimentos John Plassard, do banco Mirabaud, classificou a quinta-feira (2) como um momento de ruptura global. "O dia 2 de abril continuará sendo um ponto de inflexão na História do comércio mundial. Os anúncios de Donald Trump desencadearam uma onda expansiva", afirmou.
Nos Estados Unidos, o cenário também é negativo. As negociações pré-mercado da sexta-feira indicavam queda de cerca de 3% no índice S&P 500, sinalizando a continuidade da turbulência iniciada na véspera, quando Wall Street registrou o pior desempenho desde os primeiros meses da pandemia de Covid-19, em 2020.
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